Agora
Agora ando... Sim ando ainda capenga com meus sentimentos e emoções, pois o ser busca sempre o agora.
Agora ando... Sim ando como se andasse em meio de um pântano sobre uma grande lagoa onde a leiva baila como a onda, e não sei a que momento ela pode quebrar, ceder ao meu peso; peso de emoções conturbadas por meus princípios confusos.
Agora sinto a falta de esclarecimento, auxilio.Mas como ser auxiliado?, pois ainda me sinto tão limitado.
Não consigo andar sob as águas; e também não consigo levitar, ainda sou pesado, e a leiva parece ceder ao meu peso em minhas tentativas de andar sobre minhas pernas, mas elas não podem ser forçadas em demasia, pois sobrecarregariam a leiva; leiva de minha vida.
Agora vejo o como longe está à terra firme, que me falava um amigo.
Agora vejo que ainda tenho muitas alvoradas a ver em minha leiva flutuante, que hora se torna mais sólida e hora está a bailar, e me sinto como trapezista na corda bamba de um circo.
Por vezes a vontade é de me arremessar na cama elástica, mas tão logo direciono meu olhar para baixo, constato que não há cama elástica, e terei que suportar a dor e os ferimentos de minha desistência.
Agora peço que o Pai maior sopre, e que o vento de seus lábios possa impulsionar minha pequena ilha de leivas ainda envoltas em barro, lama e alguns fiapos de verde.
Mas hoje pude perceber que em meio desta leiva de sentimentos, começa a despertar uma pequena FLOR.
Sim Agora a vejo; é simples e pequenina, com formato arredondado e com pétalas maiores na parte de cima, ainda meio incolor, mas ela me inspira a acreditar nos sentimentos mais nobres que pairam sobre o ser.
Agora vislumbro a esperança; esperança de atracar em um porto seguro.
Sim; Agora tenho companhia que nada mais é do que sentimentos melhores, lhe darei o nome de Mingla, minha pequena flor da compreensão.
Mingla será o inicio de uma grande quebra de marés, juntos iremos bailar, sobre as ondas, hora mais fortes, hora mais amenas, mas o Sol sempre estará lá ansioso em nos banhar com seus raios de esperança.
Sim; Mingla irá florescer e junto dela cultivaremos outras belezas da natureza.
E quando atracar em um porto seguro já seremos um grande jardim e poderemos compartilhar com todos o perfume do amor, o mel da amizade, o verde do carinho e a beleza do Pai Maior.
Agora tenho Mingla como minha companhia para dias de trovão, raios e tempestades.
Mingla me ensinou que o trovão é o Pai tentando nos auxiliar e as tempestades suas mãos a afagar-nos os cabelos e a face.
Agora preciso parar de escrever e olhar o horizonte, sem jamais perder a esperança de divisar o grande planalto, onde eu e Mingla nos juntaremos aos nossos.
(filosofias de Gilnei Teixeira) ( escrito a alguns séculos atrás)
Gilnei Teixeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário