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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Alvo de racismo, Aranha cita Martin Luther King e diz: "Acordei aliviado" Goleiro repudia ato de torcedora do Grêmio, que o chamou de "macaco" na partida da última quinta-feira, na Arena. "Eu tenho um sonho. Que um dia viveremos em uma nação onde as pessoas não serão julgadas pela cor da pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter”.


Alvo de insultos racistas na vitória do Santos por 2 a 0 contra o Grêmio, na última quinta-feira, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, o goleiro Aranha se manifestou na manhã desta sexta-feira. Em nota redigida pelo próprio jogador, o camisa 1 do Peixe disse que, apesar das ofensas, ficou satisfeito com a identificação dos responsáveis pelos xingamentos.
O atleta santista ainda citou o norte-americano Martin Luther King, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial. 
- Depois de uma noite mal dormida, acordei aliviado e satisfeito, porque ao meu modo de ver, o racismo de qualquer modo ou gênero é um mal e todo mal não detectado cresce e se fortalece. Ontem, esse mal mostrou sua cara e isso foi bom, porque eu tenho certeza que será, mais uma vez, combatido e enfraquecido, como em 1963, quando Martin Luther King fez o famoso discurso "I Have a Dream" - disse o goleiro.
Além do desabafo em campo após o jogo e do texto escrito por ele mesmo, Aranha se manifestou também em nota divulgada no site do Santos. Jogadores como Robinho, Arouca e Edu Dracena prestaram solidariedade ao camisa 1.

O Santos promete se empenhar para punir os torcedores que xingaram Aranha. O advogado do Peixe, Cristiano Caus, afirmou ao GloboEsporte.com que o clube vai "até o fim" no caso. O presidente Odílio Rodrigues exigiu a identificação dos responsáveis pelas ofensas. A delegação do Alvinegro deixa Porto Alegre nesta sexta-feira à tarde e vai direto para o Rio de Janeiro. 
Confira o texto escrito por Aranha na íntegra:
Gostaria de dizer a todos os interessados nesse polêmico e triste episódio de ontem, que depois de uma noite mal dormida, acordei aliviado e satisfeito, porque ao meu modo de ver, o racismo de qualquer modo ou gênero é um mal e todo mal não detectado cresce e se fortalece.
Ontem, esse mal mostrou a sua cara e isso foi bom porque tenho certeza de que será, mais uma vez, combatido e enfraquecido, como em 1963, quando Martin Luther king fez o seu famoso discurso “I Have a Dream”.
"Eu tenho um sonho. Que um dia viveremos em uma nação onde as pessoas não serão julgadas pela cor da pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter”. 
Aranha

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