Que diferença faz o que disseram dias atrás os prefeitos de São Paulo e do Rio (e os alcaides de outras cidades brasileiras) quando defenderam a manutenção dos preços das passagens de ônibus?
De que valem neste momento os contratos de reajuste, as planilhas de custo, os índices que medem a inflação?
Tudo isso ruiu diante da constrangedora, realidade revelada nas manifestações de rua dos últimos dias. Não importa quantos na multidão são usuários de ônibus.
Não importa que esta seja apenas uma das pautas do movimento que virou notícia no mundo inteiro.
Não faz diferença se o Palácio do Planalto entrou no circuito (junto com alguns governadores) para alinhar as medidas de contenção numa tentativa de esfriar os ânimos dos manifestantes.
O que merece atenção agora é que eles ouviram.
Aqueles que mandam, ouviram.
E a democracia brasileira abre espaço para algo diferente, certamente inédito nestas proporções.
Da rua veio o recado. Dos gabinetes veio a resposta, ainda que tardia.
Sim, reduziremos as tarifas. E não apenas dos ônibus.
É o suficiente para dispersar as multidões?
Quem saberá? Por hora, vale reconhecer que a distância entre as ruas e os gabinetes diminuiu.
E isso não é pouca coisa.
qua, 19/06/13
por andre trigueiro
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