Por Revista Pazes - abril 15, 2016
As pessoas resilientes sabem que ninguém é imune ao sofrimento, à adversidade. Compreendem que quando aparecem aqueles instantes de escuridão e desesperança, temos duas opções: deixar-nos vencer ou nos sobrepormos, lutar com todas as estratégias que sejam possíveis, porque a vida é maravilhosa se não tivermos medo.
Você gostará de saber que o termo resiliência provém, na realidade, do campo da física. Faz referência à qualidade de alguns materiais para resistir à pressão e se dobrar com flexibilidade para voltar à forma original. Entretanto, a resiliência, aplicada à psicologia, apresenta outra dinâmica existencial mais interessante: a de nos fazer crescer.
Quando você enfrenta a dor, entende que se proteger sob uma armadura nem sempre vai funcionar: esta pode ser a sua própria jaula. É melhor enfrentarmos corpo a corpo nosso inimigo para compreendê-lo e obtermos, assim, conhecimento, sabedoria.
Pessoas resilientes: um cérebro que aprende a enfrentar o estresse
O conceito de resiliência começou a ser usado nos anos 40 no campo da psicologia infantil. Tentava-se compreender de que maneira as crianças mais desfavorecidas enfrentavam os problemas familiares e a adversidade ao seu redor.
Durante muito tempo, manteve-se a ideia de que a resiliência tinha uma origem genética, ou seja, a pessoa que tinha sofrido estresse pós-traumático ao longo de sua vida transmitia esse “gene” aos seus filhos, de maneira que estes seriam mais vulneráveis e teriam mais dificuldade para integrar experiências complexas.
A infância deve ser um privilégio para a velhice, um lugar onde pode-se voltar para se lembrar de momentos felizes. Se tais momentos não existiram, se sua criança interior continua ferida, é hora de curá-la, de fazê-la avançar sendo resiliente.
A origem genética da resiliência acabou sendo deixada de lado com o passar dos anos para se orientar mais por fatores psicossociais e neurológicos.
Um exemplo disso é um estudo realizado por Dennis Charney, da Universidade de Medicina de Icahn no Monte Sinai, e por Steven Southwick da Universidade de Medicina de Yale, onde se determinou de que maneira funciona o cérebro das pessoas resilientes e das não resilientes. Estes seriam os principais dados a se ter em conta.
Origem neurológica da resiliência
Há pessoas que se adaptam muito melhor do que outras a situações de estresse ou pressão.
A origem estaria em um controle mais efetivo, a nível neurológico, de hormônios como a adrenalina, a noradrenalina e o cortisol.
Diante de uma ameaça, estes três neurotransmissores surgem no cérebro, mas quando o foco ameaçador desaparece, a pessoa mais resiliente fará com que esses três hormônios desapareçam imediatamente. Em compensação, a personalidade menos resiliente continuará sentindo essa ameaça psicológica de forma persistente, porque ainda existirá um excesso de cortisol, adrenalina e noradrenalina em seu cérebro.
Diante de uma ameaça, estes três neurotransmissores surgem no cérebro, mas quando o foco ameaçador desaparece, a pessoa mais resiliente fará com que esses três hormônios desapareçam imediatamente. Em compensação, a personalidade menos resiliente continuará sentindo essa ameaça psicológica de forma persistente, porque ainda existirá um excesso de cortisol, adrenalina e noradrenalina em seu cérebro.
O cérebro das pessoas resilientes se caracteriza, também, por um uso muito equilibrado de dopamina. Este neurotransmissor, relacionado à recompensa e à gratificação, é muito útil para nos fazer enfrentar a adversidade.
Algo a se ter em conta é que, em estados de estresse crônico e ansiedade, nosso cérebro deixa de liberar dopamina, o neurotransmissor do prazer, é aí que surgem o desamparo e a dificuldade de agir com resiliência.
Algo a se ter em conta é que, em estados de estresse crônico e ansiedade, nosso cérebro deixa de liberar dopamina, o neurotransmissor do prazer, é aí que surgem o desamparo e a dificuldade de agir com resiliência.
Segredos para aprender a desenvolver sua resiliência
Um aspecto do qual não devemos nos esquecer é que a resiliência é uma habilidade e, portanto, uma capacidade que podemos desenvolver e treinar. Para que nosso cérebro encontre esse desequilíbrio neuroquímico, é necessário administrar nossas emoções de forma adequada.
Você é um universo único, cheio de emoções, pensamentos, sonhos e sensações. Afaste-se da margem da desesperança e coloque ordem no caos: a resiliência precisa de harmonia e equilíbrio interno.
Conseguir ser resiliente é um processo e um aprendizado que deveria ser ensinado nas escolas. De fato, o próprio Martin Seligman, pai da psicologia positiva, iniciou um interessante programa em vários colégios de educação básica com excelentes resultados.
Resumindo, estes seriam os principais segredos para aprender a ser resiliente.
Nunca se deixe oprimir por suas próprias emoções e não deixe que elas o paralisem. Imagine que você tem uma bússola emocional que lhe permite manter o controle sobre a sua mente, para ganhar em atenção e eficácia.
Seja você mesmo, não busque a aprovação alheia, nem tente gostar de todo mundo. Tudo isso o afasta dos seus próprios interesses, de seu próprio equilíbrio.
Não se deixe levar pelo fanatismo nem caia em um positivismo “pouco realista”. Trata-se de ver as coisas com objetividade entendendo, além disso, que a adversidade faz parte da vida.
Concentre-se no aqui e no agora, o que importa é o presente: não antecipe coisas que não aconteceram, nem continue se lamentando por coisas que já passaram.
Ajude e deixe-se ser ajudado. Cuide de suas relações sociais e construa vínculos positivos que valham a pena, onde você possa se apoiar e crescer como pessoa, em liberdade e integridade.
deixar-ir
deixar-ir
Você não é o conjunto de seus erros nem suas tristezas, nem mesmo das pessoas que escolheram deixá-lo para trás em algum momento. Você é maior que tudo isso, porque toda decepção é finita e a esperança é infinita.
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