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Tags: Impacto, Atitudes negativas, Carreira, Desempenho |
sábado, 29 de agosto de 2015
O impacto das atitudes negativas na sua carreira. Porém, se não tiver jeito de mudar, é melhor pedir para sair e não atrapalhar o restante da equipe. Existem profissionais que ficam enrolando e não percebem que abrir mão da atual situação ajuda a abrir portas lá na frente. Em determinados momentos, sair da zona de conforto e sentir medo do inesperado se torna um fator motivacional e ajuda a enxergar novos caminhos para um futuro melhor, com mais qualidade de vida.
sábado, 22 de agosto de 2015
Superação e Realização.. Estes Profissionais terão sempre espaço garantido no Mercado de Trabalho. O Expert com capacidade de inovar e trazer idéias funcionais, pois "na prática a teoria sempre será outra",
Gilnei Teixeira
CEO - General Manager South of Brazil. RS SC PR.CEO Gerente Geral Sul do Brasil . RS SC PR.
Superação e Realização.
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Nos dias atuais em que o mercado se encontra em franca seleção natural de Profissionais, restarão somente aqueles que realizarem a mais do que são pagos.
Permanecerá em elevada posição ou em crescimento, o profissional que levar em sua bagagem, a auto superação, a capacidade de expor e criar boas soluções, a capacidade de reerguer se diante de uma negativa, superando-se o mais breve possível diante das adversidades do Mercado.
O Expert com capacidade de inovar e trazer idéias funcionais, pois "na prática a teoria sempre será outra", com isto as idéias, as construções, os projetos, precisam ser funcionais no campo de atuação do profissional e com resultados de fato efetivos, que tragam respostas imediatas para a retomada de realização do profissional e consequentemente da empresa.
Estes Profissionais terão sempre espaço garantido no Mercado de Trabalho.
Profissionais dispostos a se exporem e exporem suas idéias, com grande porcentagem de assertividade.
sábado, 15 de agosto de 2015
Liberdade, Igualdade, Fraternidade: estas três palavras constituem, por si sós, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade "A liberdade é filha da fraternidade e da igualdade. Os homens que vivam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de benevolência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A liberdade nenhum perigo oferecerá, porque ninguém pensará em abusar dela em prejuízo de seus semelhantes..." Aos que são progressistas cabe acelerar esse movimento por meio do estudo e da utilização dos meios mais eficientes. - Allan Kardec
Liberdade, Igualdade, Fraternidade: estas três palavras constituem, por si sós, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas exprimem pudessem receber integral aplicação. Vejamos quais os obstáculos que, no estado atual da sociedade, se lhes opõem e, ao lado do mal, procuremos o remédio.
A fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres dos homens, uns para com os outros. Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência. Ë, por excelência, a caridade evangélica e a aplicação da máxima: "Proceder para com os outros, como quereríamos que os outros procedessem para conosco." O oposto do egoísmo.
A fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres dos homens, uns para com os outros. Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência. Ë, por excelência, a caridade evangélica e a aplicação da máxima: "Proceder para com os outros, como quereríamos que os outros procedessem para conosco." O oposto do egoísmo.
A fraternidade diz: "Um por todos e todos por um." O egoísmo diz: "Cada um por si." Sendo estas duas qualidades a negação uma da outra, tão impossível é que um egoísta proceda fraternalmente para com os seus semelhantes, quanto a um avarento ser generoso, quanto a um indivíduo de pequena estatura atingir a de um outro alto. Ora, sendo o egoísmo a chaga dominante da sociedade, enquanto ele reinar soberanamente, impossível será o reinado da fraternidade verdadeira. Cada um a quererá em seu proveito; não quererá, porém, praticá-la em proveito dos outros, ou, se o fizer, será depois de se certificar de que não perderá coisa alguma.
Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da felicidade social, a fraternidade está na primeira linha: é a base. Sem ela, não poderiam existir a igualdade, nem a liberdade séria. A igualdade decorre da fraternidade e a liberdade é consequência das duas outras.
Com efeito, suponhamos uma sociedade de homens bastante desinteressados, bastante bons e benévolos para viverem fraternalmente, sem haver entre eles nem privilégios, nem direitos excepcionais, pois de outro modo não haveria fraternidade. Tratar a alguém de irmão é tratá-lo de igual para igual; é querer quem assim o trate, para ele, o que para si próprio quereria. Num povo de irmãos, a igualdade será a consequência de seus sentimentos, da maneira de procederem, e se estabelecerá pela força mesma das coisas. Qual, porém, o inimigo da igualdade? O orgulho, que faz queira o homem ter em toda parte a primazia e o domínio, que vive de privilégios e exceções, poderá suportar a igualdade social, mas não a fundará nunca e na primeira ocasião a desmantelará. Ora, sendo também o orgulho uma das chagas da sociedade, enquanto não for banido, oporá obstáculo à verdadeira igualdade.
A liberdade, dissemo-lo, é filha da fraternidade e da igualdade. Falamos da liberdade legal e não da liberdade natural, que, de direito, é imprescritível para toda criatura humana, desde o selvagem até o civilizado. Os homens que vivam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de benevolência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A liberdade nenhum perigo oferecerá, porque ninguém pensará em abusar dela em prejuízo de seus semelhantes. Mas, como poderiam o egoísmo, que tudo quer para si, e o orgulho, que incessantemente quer dominar, dar a mão à liberdade que os destronaria? O egoísmo e o orgulho são, pois, os inimigos da liberdade, como o são da igualdade e da fraternidade.
A liberdade pressupõe confiança mútua. Ora, não pode haver confiança entre pessoas dominadas pelo sentimento exclusivista da personalidade. Não podendo cada uma satisfazer-se a si própria senão à custa de outrem, todas estarão constantemente em guarda umas contra as outras. Sempre receosas de perderem o a que chamam seus direitos, a dominação constitui a condição mesma da existência de todas, pelo que armarão continuamente ciladas à liberdade e a cercearão quanto puderem.
Aqueles três princípios são, pois, conforme acima dissemos, solidários entre si e se prestam mútuo apoio; sem a reunião deles o edifício social não estaria completo. O da fraternidade não pode ser praticado em toda a pureza, com exclusão dos dois outros, porquanto, sem a igualdade e a liberdade, não há verdadeira fraternidade. A liberdade sem a fraternidade é rédea solta a todas as más paixões, que desde então ficam sem freio; com a fraternidade, o homem nenhum mau uso faz da sua liberdade: é a ordem; sem a fraternidade, usa da liberdade para dar curso a todas as suas torpezas: é a anarquia, a licença. Por isso é que as nações mais livres se veem obrigadas a criar restrições à liberdade.
A igualdade, sem a fraternidade, conduz aos mesmos resultados, visto que a igualdade reclama a liberdade; sob o pretexto de igualdade, o pequeno rebaixa o grande, para lhe tomar o lugar, e se torna tirano por sua vez; tudo se reduz a um deslocamento de despotismo.
Seguir-se-á daí que, enquanto os homens não se acharem imbuídos do sentimento de fraternidade, será necessário tê-los em servidão? Dar-se-á sejam inaptas as instituições fundadas sobre os princípios de igualdade e de liberdade? Semelhante opinião fora mais que errônea; seria absurda.
Ninguém espera que uma criança se ache com o seu crescimento completo para lhe ensinar a andar. Quem, ao demais, os tem sob tutela? Serão homens de ideias elevadas e generosas, guiados pelo amor do progresso? Serão homens que se aproveitem da submissão dos seus inferiores para lhes desenvolver o senso moral e elevá-los pouco a pouco à condição de homens livres? Não; são, em sua maioria, homens ciosos do seu poder, a cuja ambição e cupidez outros homens servem de instrumentos mais inteligentes do que animais e que, então, em vez de emancipá-los, os conservam, por todo o tempo que for possível, subjugados e na ignorância.
Mas, esta ordem de coisas muda de si mesma, pelo poder irresistível do progresso. A reação é não raro violenta e tanto mais terrível, enquanto o sentimento da fraternidade, imprudentemente sufocado, não logra interpor o seu poder moderador; a luta se empenha entre os que querem tomar e os que querem reter; daí um conflito que se prolonga às vezes por séculos. Afinal, um equilíbrio fictício se estabelece; há qualquer coisa de melhor. Sente-se, porém, que as bases sociais não estão sólidas; a cada passo o solo treme, por isso que ainda não reinam a liberdade e a igualdade, sob a égide da fraternidade, porque o orgulho e o egoísmo continuam empenhados em fazer se malogrem os esforços dos homens de bem.
Todos vós que sonhais com essa idade de ouro para a Humanidade trabalhai, antes de tudo, na construção da base do edifício, sem pensardes em lhe colocar a cúpula; ponde-lhe nas primeiras fiadas a fraternidade na sua mais pura acepção. Mas, para isso, não basta decretá-la e inscrevê-la numa bandeira; faz-se mister que ela esteja no coração dos homens e não se muda o coração dos homens por meio de ordenações. Do mesmo modo que para fazer que um campo frutifique, é necessário se lhe arranquem os pedrouços e os tocos, aqui também é preciso trabalhar sem descanso por extirpar o vírus do orgulho e do egoísmo, pois que aí se encontra a causa de todo o mal, o obstáculo real ao reinado do bem. Eliminai das leis, das instituições, das religiões, da educação até os últimos vestígios dos tempos de barbárie e de privilégios, bem como todas as causas que alimentam e desenvolvem esses eternos obstáculos ao verdadeiro progresso, os quais, por assim dizer, bebemos com o leite e aspiramos por todos os poros na atmosfera social. Somente então os homens compreenderão os deveres e os benefícios da fraternidade e também se firmarão por si mesmos, sem abalos, nem perigos, os princípios complementares, os da igualdade e da liberdade.
Será possível a destruição do orgulho e do egoísmo? Responderemos alto e terminantemente: SIM. Do contrário, forçoso seria determinar um ponto de parada ao progresso da Humanidade. Que o homem cresce em inteligência, é fato incontestável; terá ele chegado ao ponto culminante, além do qual não possa ir? Quem ousaria sustentar tão absurda tese? Progride ele em moralidade? Para responder a esta questão, basta se comparem as épocas de um mesmo país. Por que teria ele atingido o limite do progresso moral e não o do progresso intelectual? Sua aspiração por uma melhor ordem de coisas é indício da possibilidade de alcançá-la. Aos que são progressistas cabe acelerar esse movimento por meio do estudo e da utilização dos meios mais eficientes.
(Do livro "Obras Póstumas", 38, Allan Kardec)
sábado, 8 de agosto de 2015
E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas.Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno.
Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você
pode não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o temor,
e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se! Mas, também, tem um preço...
São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes curte-se mil e uma. O
grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta. A vida não é
rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em
acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é generosa, a cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida... Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!
A vida é generosa, a cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida... Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!
Içami
Tiba
sábado, 1 de agosto de 2015
Entretanto, segundo minha experiência, as pessoas concordam em experimentar outras maneiras de trabalhar quando há espaço para a queixa sem haver ridicularização da situação. Os formadores precisam ouvir os professores, estabelecendo um espaço de diálogo e de confiança, em que o sentido das tarefas seja discutido. Levar a equipe a se questionar sobre o fracasso escolar é prioridade. Quando se consegue fazer isso, a gente coloca as pessoas em movimento. Das Intenções à Ação. Referência na Educação, suíço defende que gestores e professores mobilizem sua dedicação aos alunos com maior dificuldade. Philippe Perrenoud: "Na escola, dar mais a quem tem menos" Os professores estão preparados para trabalhar com a diferenciação?
O que é a pedagogia diferenciada?É uma característica que deveria permear qualquer metodologia de ensino. Consiste em reconhecer que toda turma tem alunos diferentes e que é preciso orientar a ação pedagógica levando isso em conta. Diferenciar é ensinar de modo que cada aluno esteja sempre diante de situações didáticas propícias para aprender. Isso exclui aquelas que não trazem desafio e as que propõem uma missão fora do alcance. O interessante é que a diferenciação é um conceito presente em muitas áreas. Costumo dar o exemplo da medicina. Um médico não pode dar o mesmo medicamento a todos os doentes. É preciso fazer diagnósticos individuais e adaptar o tratamento a cada um.
Como realizar a diferenciação do ensino em escolas grandes?A pedagogia diferenciada é uma escolha por um sistema de Educação. Requer uma mudança na formação dos professores, na gestão das escolas e no trabalho na sala de aula. Operacionalizar tudo isso em escolas com centenas de alunos é complicado. Muitas vezes, elas são organizadas como quartéis, com normas rígidas de horário, circulação e mobiliário. Contudo, esse quadro não é um obstáculo. Uma instituição grande pode ser estruturada em subconjuntos. Em diferentes atividades e disciplinas, os estudantes são divididos em grupos, que terão desafios distintos em termos de complexidade, com natureza compatível com o nível e as necessidades de cada um.
Que critérios utilizar na formação dos grupos para que todos aprendam?Antes de tudo, não estamos falando em separação por nível - melhores com melhores, piores com piores. As pesquisas mostram que, quando se colocam alunos semelhantes juntos, os piores têm menos ambição para avançar. Os grupos também não devem ser estáveis. É preferível que eles sejam focados em dificuldades particulares imediatas e possam ser recompostos quando os objetivos de aprendizagem forem atingidos. Isso exige a atenção do professor ou do gestor para avaliar quantos alunos estão efetivamente aprendendo, quantos saíram do processo, quantos se entediaram.
Há exemplos concretos de sucesso da pedagogia diferenciada?Há alguns. Há um caso emblemático em Luxemburgo. Lá, a diferenciação ocorre numa instituição de Ensino Médio, etapa em que muitos acham impossível fazer esse trabalho. Nessa escola, são ensinadas as mesmas disciplinas, nos mesmos horários, em três turmas da mesma série. Os professores entram em acordo em relação aos objetivos e cada um trabalha sua turma durante quatro semanas. Depois desse período, eles fazem um balanço do que cada estudante aprendeu. Na quinta e na sexta semana, eles redistribuem os alunos das três turmas em grupos de desenvolvimento e de recuperação. Depois, eles voltam para outro ciclo de quatro semanas em turmas tradicionais, seguindo por mais uma ou duas semanas de nivelamento. Não é um esquema perfeito, mas ataca o problema da desigualdade de aprendizagem pela raiz.
Em termos de organização do espaço, como deve ser uma escola que dê atenção a quem mais precisa? Uma escola construída para uma pedagogia diferenciada não é um retângulo. Exige flexibilidade, com locais grandes, para reunir todos os alunos, e outros menores, para os trabalhos em grupo. É preciso pensar em modelos para a sala de aula com mesas para equipes ou com a possibilidade de juntar carteiras. No Brasil, conheci uma escola que tinha mesas hexagonais, em que os alunos ficam sempre reunidos de seis em seis. Quem não tem uma arquitetura conveniente vai precisar um pouco mais de energia e inventividade para a diferenciação, sempre respeitando os princípios do agrupamento e a posterior reunificação.
Para a diferenciação dar certo, os estudantes precisam ficar mais tempo na escola? Se todo o resto já foi modificado - as ferramentas didáticas, a avaliação, o atendimento -, não é necessário aumentar o número de horas na sala de aula. Segurar os alunos com dificuldade além do período letivo costuma ser mal vivenciado por eles e quase nunca repõe as defasagens. O primordial é rever o tempo que o professor vai dedicar a cada aluno. Diferenciar pressupõe que o docente dê mais de seus recursos e habilidades aos que precisam mais e deixar aqueles que se viram bem trabalhar com os colegas.
Muitos professores sofrem com esse dilema. Pensam que é injusto não dedicar o mesmo tempo a todos. Ensinar um aluno que vai bem a ler, que tem vontade de aprender e valoriza a leitura está ao alcance de qualquer professor. Há carência de profissionais qualificados para trabalhar com os alunos que vêm de um entorno em que não se lê nem se encoraja a leitura. É para isso que precisamos de bons docentes.
Os professores estão preparados para trabalhar com a diferenciação?Não. Nem na Europa. Não conheço nenhum país em que a formação inicial contemple esse domínio a ponto de ser bem praticado. É preciso recorrer à formação em serviço dentro da escola para resolver algumas lacunas.
Quais os primeiros passos da formação em serviço para dar mais a quem mais precisa?O diretor ou o coordenador podem fazer um balanço das competências e ver os pontos fortes e fracos da equipe. Em seguida, é necessário começar um processo de orientação de cada docente. Essa não é apenas uma tarefa que consiste em indicar um ou outro curso e pronto. É um trabalho que deve tratar do sofrimento do professor, de eventual vontade de abandonar a carreira, dos alunos de que o professor não gosta e dos pais que ele detesta. Nem nos lugares em que há tédio, desespero e cansaço mental por parte de alguns docentes os formadores trabalham nessa dimensão psicossociológica.
Não há o risco de que esse trabalho se esgote nas queixas, sem avançar em mudanças efetivas?É possível. Entretanto, segundo minha experiência, as pessoas concordam em experimentar outras maneiras de trabalhar quando há espaço para a queixa sem haver ridicularização da situação. Os formadores precisam ouvir os professores, estabelecendo um espaço de diálogo e de confiança, em que o sentido das tarefas seja discutido. Levar a equipe a se questionar sobre o fracasso escolar é prioridade. Quando se consegue fazer isso, a gente coloca as pessoas em movimento.
Como realizar a diferenciação do ensino em escolas grandes?A pedagogia diferenciada é uma escolha por um sistema de Educação. Requer uma mudança na formação dos professores, na gestão das escolas e no trabalho na sala de aula. Operacionalizar tudo isso em escolas com centenas de alunos é complicado. Muitas vezes, elas são organizadas como quartéis, com normas rígidas de horário, circulação e mobiliário. Contudo, esse quadro não é um obstáculo. Uma instituição grande pode ser estruturada em subconjuntos. Em diferentes atividades e disciplinas, os estudantes são divididos em grupos, que terão desafios distintos em termos de complexidade, com natureza compatível com o nível e as necessidades de cada um.
Que critérios utilizar na formação dos grupos para que todos aprendam?Antes de tudo, não estamos falando em separação por nível - melhores com melhores, piores com piores. As pesquisas mostram que, quando se colocam alunos semelhantes juntos, os piores têm menos ambição para avançar. Os grupos também não devem ser estáveis. É preferível que eles sejam focados em dificuldades particulares imediatas e possam ser recompostos quando os objetivos de aprendizagem forem atingidos. Isso exige a atenção do professor ou do gestor para avaliar quantos alunos estão efetivamente aprendendo, quantos saíram do processo, quantos se entediaram.
Há exemplos concretos de sucesso da pedagogia diferenciada?Há alguns. Há um caso emblemático em Luxemburgo. Lá, a diferenciação ocorre numa instituição de Ensino Médio, etapa em que muitos acham impossível fazer esse trabalho. Nessa escola, são ensinadas as mesmas disciplinas, nos mesmos horários, em três turmas da mesma série. Os professores entram em acordo em relação aos objetivos e cada um trabalha sua turma durante quatro semanas. Depois desse período, eles fazem um balanço do que cada estudante aprendeu. Na quinta e na sexta semana, eles redistribuem os alunos das três turmas em grupos de desenvolvimento e de recuperação. Depois, eles voltam para outro ciclo de quatro semanas em turmas tradicionais, seguindo por mais uma ou duas semanas de nivelamento. Não é um esquema perfeito, mas ataca o problema da desigualdade de aprendizagem pela raiz.
Em termos de organização do espaço, como deve ser uma escola que dê atenção a quem mais precisa? Uma escola construída para uma pedagogia diferenciada não é um retângulo. Exige flexibilidade, com locais grandes, para reunir todos os alunos, e outros menores, para os trabalhos em grupo. É preciso pensar em modelos para a sala de aula com mesas para equipes ou com a possibilidade de juntar carteiras. No Brasil, conheci uma escola que tinha mesas hexagonais, em que os alunos ficam sempre reunidos de seis em seis. Quem não tem uma arquitetura conveniente vai precisar um pouco mais de energia e inventividade para a diferenciação, sempre respeitando os princípios do agrupamento e a posterior reunificação.
Para a diferenciação dar certo, os estudantes precisam ficar mais tempo na escola? Se todo o resto já foi modificado - as ferramentas didáticas, a avaliação, o atendimento -, não é necessário aumentar o número de horas na sala de aula. Segurar os alunos com dificuldade além do período letivo costuma ser mal vivenciado por eles e quase nunca repõe as defasagens. O primordial é rever o tempo que o professor vai dedicar a cada aluno. Diferenciar pressupõe que o docente dê mais de seus recursos e habilidades aos que precisam mais e deixar aqueles que se viram bem trabalhar com os colegas.
Muitos professores sofrem com esse dilema. Pensam que é injusto não dedicar o mesmo tempo a todos. Ensinar um aluno que vai bem a ler, que tem vontade de aprender e valoriza a leitura está ao alcance de qualquer professor. Há carência de profissionais qualificados para trabalhar com os alunos que vêm de um entorno em que não se lê nem se encoraja a leitura. É para isso que precisamos de bons docentes.
Os professores estão preparados para trabalhar com a diferenciação?Não. Nem na Europa. Não conheço nenhum país em que a formação inicial contemple esse domínio a ponto de ser bem praticado. É preciso recorrer à formação em serviço dentro da escola para resolver algumas lacunas.
Quais os primeiros passos da formação em serviço para dar mais a quem mais precisa?O diretor ou o coordenador podem fazer um balanço das competências e ver os pontos fortes e fracos da equipe. Em seguida, é necessário começar um processo de orientação de cada docente. Essa não é apenas uma tarefa que consiste em indicar um ou outro curso e pronto. É um trabalho que deve tratar do sofrimento do professor, de eventual vontade de abandonar a carreira, dos alunos de que o professor não gosta e dos pais que ele detesta. Nem nos lugares em que há tédio, desespero e cansaço mental por parte de alguns docentes os formadores trabalham nessa dimensão psicossociológica.
Não há o risco de que esse trabalho se esgote nas queixas, sem avançar em mudanças efetivas?É possível. Entretanto, segundo minha experiência, as pessoas concordam em experimentar outras maneiras de trabalhar quando há espaço para a queixa sem haver ridicularização da situação. Os formadores precisam ouvir os professores, estabelecendo um espaço de diálogo e de confiança, em que o sentido das tarefas seja discutido. Levar a equipe a se questionar sobre o fracasso escolar é prioridade. Quando se consegue fazer isso, a gente coloca as pessoas em movimento.
BIBLIOGRAFIA
Pedagogia Diferenciada - Das Intenções à Ação, Philippe Perrenoud
Pedagogia Diferenciada - Das Intenções à Ação, Philippe Perrenoud
O que é a pedagogia diferenciada? Para pesquisadora, é essencial superar a relação entre sucesso escolar e talento e habilidade. Não há dúvidas de que vivemos em uma sociedade cada vez mais plural, diversificada e multicultural. Diferenciar para igualar O sucesso pode ser conquistado se o professor ajustar o ambiente de aprendizagem e a forma de ensinar às necessidades dos alunos para tornar a escola acessível e bem-sucedida para todos
Não há dúvidas de que vivemos em uma sociedade cada vez mais plural, diversificada e multicultural. O panorama educacional não está alijado desse fenômeno e, por conseguinte, está adquirindo novas características que se traduzem na presença de grupos de alunos cada vez mais heterogêneos. Somando tudo isso ao atual contexto de inclusão escolar, no qual os professores tentam se adaptar da melhor forma possível à diversidade, torna-se pertinente refletir sobre os princípios e as possibilidades ofertadas pela pedagogia diferenciada.
O que é a pedagogia diferenciada? Na verdade, não existe um consenso sobre a definição do termo, que pode ser definido como um instrumento, uma filosofia, uma abordagem, uma estratégia de adaptação do currículo ou até mesmo como um modelo de gestão de sala de aula. Apesar das diferenças de opinião a respeito de uma definição, é possível identificar um objetivo comum, ou seja, fazer com que a aprendizagem seja acessível e bem-sucedida para todos.
Para Perrenoud, a pedagogia diferenciada é uma abordagem centrada no aprendiz e em seu percurso de aprendizagem. Implementar uma “educação sob medida”, conforme esse autor, é “um sonho de todos aqueles que acham absurdo ensinar a mesma coisa no mesmo momento, com os mesmos métodos, a alunos muito diferentes”.
De maneira mais concreta, a educadora inglesa Carol Ann Tomlinson afirma que a pedagogia diferenciada corresponde aos esforços do professor em responder às diversidades dos alunos na sala de aula. A partir do momento que um professor adapta ou modifica seu ensino para criar a melhor situação de aprendizagem possível, ele está no processo de diferenciação de sua pedagogia.
Como diferenciar? Primeiramente, é preciso vencer a tendência determinista de que aprendizagem e sucesso escolar são questões de talento e habilidade. Essa falsa crença vem sendo desafiada desde a década de 1970, por meio de resultados da pesquisa de Benjamin Bloom. Seu trabalho mostrou que um professor pode levar a maioria de seus alunos ao sucesso escolar se ajustar sua forma de ensinar e o ambiente de aprendizagem. Para Philippe Meirieu, toda criança é educável, e o autor aconselha: “Aquele que não acredita na educabilidade de seus alunos faria melhor se mudar de ofício”.
Do mesmo modo, é preciso ter consciência de que diferenciar é aceitar o fato de que não há receitas ou soluções mágicas, porém, existem elementos a serem considerados pelos profissionais da educação tratando-se de pedagogia diferenciada, tais como:
1) Conhecer o ambiente escolar
Quais recursos materiais estão disponíveis? Muitas vezes trabalhamos anos em uma mesma escola, mas não temos conhecimento de todos os recursos oferecidos por ela. Novas tecnologias de informação, uma coleção de livros empoeirados ou um jogo esquecido na prateleira poderão ser ideais para colocar em prática o processo de diferenciação.
Que recursos humanos estão disponíveis? O professor precisa ter conhecimento do apoio oferecido pela escola em que atua, como se ela dispõe de professores auxiliares para assessoria em sala de aula.
2) Conhecer os alunos
Uma pedagogia diferenciada começa pelo conhecimento profundo dos alunos, tanto individualmente quanto em grupo. É importante criar ocasiões para conhecer as forças, as necessidades, os interesses, as preferências e as formas de aprendizagem de cada aluno.
3) Conhecer o currículo
Sabendo que a pedagogia diferenciada se fundamenta no reconhecimento de que os alunos aprendem em ritmos diferentes e de formas variadas, pressupõe-se que as atividades e avaliações sejam diferenciadas para aqueles que necessitam de tal adaptação. Para realizar uma empreitada como essa, é imprescindível conhecer o currículo. Sabendo as competências e habilidades que deverão ser adquiridas ao longo do ano escolar, torna-se mais fácil diferenciar as atividades e avaliações.
4) Trabalhar em equipe
O trabalho em equipe dos profissionais da educação é elemento essencial para a concretização da diferenciação pedagógica nas escolas.
5) Planejar
A pedagogia diferenciada requer rigor, antecipação e organização. Isso inclui a previsão das atividades da aula e dos segmentos de cada atividade de modo a preparar instrumentos adequados de trabalho e na pesquisa de novas abordagens disciplinares como resposta às necessidades didáticas.
6) Oferecer diferentes formas
de aprendizagem
Para Perrenoud, toda situação didática proposta ou imposta de maneira uniforme a todos os alunos será fatalmente inadequada para um grupo deles. Por essa razão, o fato de oferecer uma grande variedade de atividades permite ao professor atingir um número maior de alunos.
Enfim, nos resta saber como a pedagogia diferenciada se concretiza na prática. Para a inglesa Tomlinson, não existe uma fórmula única para a prática da pedagogia diferenciada, já que, segundo ela, diferenciar é simplesmente responder às necessidades dos alunos. Ou seja, o professor adapta e modifica o currículo, os métodos, os recursos, as atividades e as produções dos alunos, considerando as diferenças entre eles. A partir desses princípios, a autora aponta quatro aspectos que o professor pode diferenciar em sala de aula: conteúdo, processo, produção e ambiente de aprendizagem.
Os conteúdos representam o que os alunos devem aprender e compreender, sempre levando em consideração as características de cada um. Muitas vezes, é preciso adaptar os conteúdos com o intuito de deixá-los menos complexos e mais significativos para a aprendizagem de todos.
Já o processo é definido pelo conjunto e a diversidade de atividades que permitem ao aluno se apropriar dos conteúdos e compreendê-los em profundidade. As produções referem-se ao meio pelo qual os alunos podem demonstrar e reforçar sua aprendizagem.
Por fim, Tomlinson enfatiza a necessidade de criar um ambiente de aprendizagem onde o professor promove a aceitação dos outros, a cooperação e o apoio mútuo entre os alunos. A relação professor-aluno também deve ser levada em consideração, já que um professor afetivo e compreensivo age como mola propulsora do desenvolvimento intelectual de seus alunos. Além disso, o professor deve considerar o ambiente físico e promover mudanças no local para facilitar o processo de aprendizagem.
Evidentemente, diferenciar a pedagogia não é tarefa fácil, já que tal empreitada exige um conhecimento mais amplo das diferentes abordagens pedagógicas, de mais tempo de preparação e de flexibilidade por parte do professor, para que o mesmo seja capaz de compreender e administrar as diferenças dos seus alunos. Porém, “se o objetivo é dar a todos chances de aprender, quaisquer que sejam sua origem social e seus recursos culturais, então uma pedagogia diferenciada é uma pedagogia racional” e, por essa razão, deve ser uma prática utilizada em toda sala de aula. Afinal, “diferenciar é lutar para que as desigualdades diante da escola se atenuem e, simultaneamente, para que o nível de ensino se eleve”.
Daniela Jungle é psicóloga, psicopedagoga e mestre em Ciências da Educação pela Université de Sherbrooke (Canadá)
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