Você já deve ter escutado de alguém o conselho de que todos devemos cultivar amizades. Muito embora a expressão seja corriqueira e até soe vazia aos nossos ouvidos, de tantas vezes que a escutamos, ela encerra conceitos interessantes.
O adágio popular nos diz que nenhuma amizade nasce pronta.
Todas as vezes que nos deparamos frente a um belo jardim, onde todos os detalhes foram cuidadosamente pensados, onde as flores harmonizam-se em um colorido encantador, onde o mato e as ervas daninhas foram retirados, nem sempre lembramos do esforço e dedicação empregados ali.
Para esse resultado, de um jardim que nos alegra a alma e enche os olhos com sua beleza, houve a necessidade de várias etapas.
Por mais dinheiro que tenhamos, por mais jardineiros que empreguemos, o jardim não ficará pronto de imediato. Há necessidade do tempo, de que suas plantas finquem raízes, suas flores desabrochem, que a grama ganhe o solo para reverdecer.
Com a amizade, não é diferente. Embora a convivência dos dias nos permita identificar corações afins aos nossos, a amizade será sempre o fruto do cultivo, feito na convivência e no carinho.
Inúmeras são as oportunidades que a vida enseja para exercitar esse cultivo. No ambiente de trabalho, com o companheiro novo que chega para compartilhar conosco as horas de labuta.
Doutra feita, são aqueles que conosco estão nas atividades de lazer, esporte, voluntariado, se mostrando boas sementes, aguardando cuidado e esmero.
Sempre oportuno recordar que a semente, embora albergue todas as potencialidades da árvore frondosa, jamais irá atingir seu destino se permanecer descuidada.
Sem a terra macia e úmida, sem alguém a livrá-la do mato, adubá-la, corrigir o solo, nada de sua potencialidade ganhará espaço.
Assim, àqueles que elegemos como amigos, sempre se faz necessário o cuidado do jardineiro.
Há quanto tempo não telefonamos para o amigo distante? Qual foi a última vez que visitamos o amigo que não convive diariamente conosco?
Cuida-se da amizade quando estamos prontos para aplaudir, elogiar e incentivar as produções felizes, moralmente elegantes, e as boas atitudes.
Também estaremos a cultivar nossas amizades ao lembrarmos de chamar a atenção uns dos outros quando o perigo ronda ou que o atrevimento do mal ameace.
Dessa forma, não esperemos que as amizades surjam e estejam prontas a nos servir, quando das nossas necessidades e vazios emocionais.
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A verdadeira amizade, que ganhará as estradas dos anos em solidez e felicidade, será sempre a via de mão dupla, onde o entendimento, preocupação e atenção mútua prevalecerão, sem pesar nos ombros e nas economias emocionais de nenhuma das partes.
Afinal, a verdadeira amizade é sempre do bem, para o bem e para o progresso de cada um de nós.
Redação do Momento E.
Do livro Ações corajosas para viver em paz,pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira.