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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Sobre cães e Coelhos. Há uma interessante narrativa que teve como protagonista o pensador grego Epicuro. Conta-se que ele foi convidado a fazer uma palestra sobre educação. Na hora determinada, o filosofo chegou trazendo dois cães e dois coelhos. O animal ficou agitado correndo de um lado para outro até que se aquietou num canto. Então foi solto o primeiro cão. Este, rapidamente partiu em direção ao pequeno e indefeso animal. Em poucos instantes, o coelho estava completamente estraçalhado.



Epicuro foi convidado a fazer uma palestra sobre educação. 
Solicitou alguns meses para de tempo, todos ficaram um pouco impressionados, afinal Epicuro tinha conhecimento e capacidade para realizar imediatamente a solicitação do Seminário.
Mas respeitaram o prazo solicitado.
Na data determinada, o filosofo chegou trazendo dois cães e dois coelhos.
Com as portas fechadas, Epicuro soltou o primeiro coelho. O animal ficou agitado correndo de um lado para outro até que se aquietou num canto. 
Então foi solto o primeiro cão. 
Este, rapidamente partiu em direção ao pequeno e indefeso animal. Em poucos instantes, o coelho estava completamente estraçalhado pelas garras e pelos dentes do cão, ante os olhos estupefatos dos espectadores da palestra. 
Epicuro, calmamente, afirmou: “Isto é um homem não educado”. Em seguida, prendeu o cão feroz e soltou o segundo coelho. 
Este também, após agitar-se de um lado para o outro, refugiou-se num canto da sala. 
O segundo cão foi solto. 
Localizou o coelho, partiu para cima dele e ... começou a brincar com ele! O coelho parecia muito à vontade para subir no cão e até ficar mordiscando sua orelha! 
Todos na sala estavam admirados e curiosos para ouvir o que Epicuro tinha a dizer sobre aquilo. 
O velho mestre disse,então, calmamente:
 “Este é um homem educado. O homem educado aprendeu a conviver”.

Podemos criar e impor todos os códigos e ética e leis morais que nossa retórica puder estabelecer e defender, mas tudo isto será inútil se não aprendermos a conviver, e sermos EDUCADOS.

Pessoas resilientes: um cérebro que aprende a enfrentar o estresse. Você não é o conjunto de seus erros nem suas tristezas, nem mesmo das pessoas que escolheram deixá-lo para trás em algum momento. Você é maior que tudo isso, porque toda decepção é finita e a esperança é infinita. As pessoas resilientes sabem que ninguém é imune ao sofrimento, à adversidade. Compreendem que quando aparecem aqueles instantes de escuridão e desesperança, temos duas opções: deixar-nos vencer ou nos sobrepormos, lutar com todas as estratégias que sejam possíveis, porque a vida é maravilhosa se não tivermos medo. O maravilhoso cérebro emocional das pessoas resilientes.Segredos para aprender a desenvolver sua resiliência


Por Revista Pazes -  abril 15, 2016

As pessoas resilientes sabem que ninguém é imune ao sofrimento, à adversidade. Compreendem que quando aparecem aqueles instantes de escuridão e desesperança, temos duas opções: deixar-nos vencer ou nos sobrepormos, lutar com todas as estratégias que sejam possíveis, porque a vida é maravilhosa se não tivermos medo.
Você gostará de saber que o termo resiliência provém, na realidade, do campo da física. Faz referência à qualidade de alguns materiais para resistir à pressão e se dobrar com flexibilidade para voltar à forma original. Entretanto, a resiliência, aplicada à psicologia, apresenta outra dinâmica existencial mais interessante: a de nos fazer crescer.
Quando você enfrenta a dor, entende que se proteger sob uma armadura nem sempre vai funcionar: esta pode ser a sua própria jaula. É melhor enfrentarmos corpo a corpo nosso inimigo para compreendê-lo e obtermos, assim, conhecimento, sabedoria.

Pessoas resilientes: um cérebro que aprende a enfrentar o estresse

O conceito de resiliência começou a ser usado nos anos 40 no campo da psicologia infantil. Tentava-se compreender de que maneira as crianças mais desfavorecidas enfrentavam os problemas familiares e a adversidade ao seu redor.
Durante muito tempo, manteve-se a ideia de que a resiliência tinha uma origem genética, ou seja, a pessoa que tinha sofrido estresse pós-traumático ao longo de sua vida transmitia esse “gene” aos seus filhos, de maneira que estes seriam mais vulneráveis e teriam mais dificuldade para integrar experiências complexas.
A infância deve ser um privilégio para a velhice, um lugar onde pode-se voltar para se lembrar de momentos felizes. Se tais momentos não existiram, se sua criança interior continua ferida, é hora de curá-la, de fazê-la avançar sendo resiliente.
A origem genética da resiliência acabou sendo deixada de lado com o passar dos anos para se orientar mais por fatores psicossociais e neurológicos.
Um exemplo disso é um estudo realizado por Dennis Charney, da Universidade de Medicina de Icahn no Monte Sinai, e por Steven Southwick da Universidade de Medicina de Yale, onde se determinou de que maneira funciona o cérebro das pessoas resilientes e das não resilientes. Estes seriam os principais dados a se ter em conta.

Origem neurológica da resiliência

Há pessoas que se adaptam muito melhor do que outras a situações de estresse ou pressão.
A origem estaria em um controle mais efetivo, a nível neurológico, de hormônios como a adrenalina, a noradrenalina e o cortisol.
Diante de uma ameaça, estes três neurotransmissores surgem no cérebro, mas quando o foco ameaçador desaparece, a pessoa mais resiliente fará com que esses três hormônios desapareçam imediatamente. Em compensação, a personalidade menos resiliente continuará sentindo essa ameaça psicológica de forma persistente, porque ainda existirá um excesso de cortisol, adrenalina e noradrenalina em seu cérebro.
O cérebro das pessoas resilientes se caracteriza, também, por um uso muito equilibrado de dopamina. Este neurotransmissor, relacionado à recompensa e à gratificação, é muito útil para nos fazer enfrentar a adversidade.
Algo a se ter em conta é que, em estados de estresse crônico e ansiedade, nosso cérebro deixa de liberar dopamina, o neurotransmissor do prazer, é aí que surgem o desamparo e a dificuldade de agir com resiliência.

Segredos para aprender a desenvolver sua resiliência

Um aspecto do qual não devemos nos esquecer é que a resiliência é uma habilidade e, portanto, uma capacidade que podemos desenvolver e treinar. Para que nosso cérebro encontre esse desequilíbrio neuroquímico, é necessário administrar nossas emoções de forma adequada.
Você é um universo único, cheio de emoções, pensamentos, sonhos e sensações. Afaste-se da margem da desesperança e coloque ordem no caos: a resiliência precisa de harmonia e equilíbrio interno.
Conseguir ser resiliente é um processo e um aprendizado que deveria ser ensinado nas escolas. De fato, o próprio Martin Seligman, pai da psicologia positiva, iniciou um interessante programa em vários colégios de educação básica com excelentes resultados.
Resumindo, estes seriam os principais segredos para aprender a ser resiliente.
Nunca se deixe oprimir por suas próprias emoções e não deixe que elas o paralisem. Imagine que você tem uma bússola emocional que lhe permite manter o controle sobre a sua mente, para ganhar em atenção e eficácia.
Seja você mesmo, não busque a aprovação alheia, nem tente gostar de todo mundo. Tudo isso o afasta dos seus próprios interesses, de seu próprio equilíbrio.
Não se deixe levar pelo fanatismo nem caia em um positivismo “pouco realista”. Trata-se de ver as coisas com objetividade entendendo, além disso, que a adversidade faz parte da vida.
Concentre-se no aqui e no agora, o que importa é o presente: não antecipe coisas que não aconteceram, nem continue se lamentando por coisas que já passaram.
Ajude e deixe-se ser ajudado. Cuide de suas relações sociais e construa vínculos positivos que valham a pena, onde você possa se apoiar e crescer como pessoa, em liberdade e integridade.
deixar-ir
Você não é o conjunto de seus erros nem suas tristezas, nem mesmo das pessoas que escolheram deixá-lo para trás em algum momento. Você é maior que tudo isso, porque toda decepção é finita e a esperança é infinita.

domingo, 3 de julho de 2016

Johann Heinrich Pestalozzi - Educador -Inovador da educação, Pestalozzi lançou as bases da educação moderna ao conceber um sistema de ensino prático e flexível, que procurava estimular as faculdades intelectuais e físicas da criança. "A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim, de ação. É atividade." Johann Heinrich Pestalozzi



Pestalozzi

Inovador da educação, Pestalozzi lançou as bases da educação moderna ao conceber um sistema de ensino prático e flexível, que procurava estimular as faculdades intelectuais e físicas da criança. Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827).

Sua Vida e Obra

Seu pai morreu quando ainda era criança, tendo sido criado pela mãe, sua família empobreceu. Após a leitura do Emílio, de Rousseau, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país. Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas. Gastou parte de sua juventude nas lutas políticas mas, em 1781, com a morte do amigo e político Bluntschli, abandonou o partido para dedicar-se à causa da educação. Casou-se aos 23 anos e, algum tempo após fez de sua casa na fazenda, uma escola. Escreveu “As Horas Noturnas de um Ermitão” (The Evening Hours of a Hermit – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões. A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes (“Leonard und Gertrud” – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada. A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato.

Nasce o "Método Pestalozzi"

A invasão francesa da Suíça em 1798 revelou-lhe um caráter verdadeiramente heróico. Muitas crianças vagavam no Cantão de Unterwalden, às margens do Lago de Lucerna, sem pais, casa, comida ou abrigo. Pestalozzi reuniu muitos deles num convento abandonado, e gastou suas energias educando-os. Durante o inverno cuidava delas pessoalmente com extremada devoção mas, em junho de 1799, o edifício foi requisitado pelo invasor francês para instalar ali um hospital, e seus esforços foram perdidos. Em 1799 obteve permissão para manter uma escola em Burgdorf, onde permaneceu trabalhando até 1804.

Pestalozzi e os órfãos

Em 1801 Pestalozzi concentrou suas idéias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe seu método pedagógico, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo. Continuava daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante. Em 1802 foi como deputado a Paris, e fez de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema nacional de educação primária; mas o conquistador disse-lhe que não podia perder tempo com o alfabeto.



Versão Original de Como Gerturdes
Ensina às Crianças



Em 1805 mudou-se para Yverdon, no Lago Neuchâtel, e por vinte anos dedicou-se ao seu trabalho continuamente. Ali era visitado por todos que se interessavam pela educação, como Talleyrand, d'Istria de Capo, e Mme. de Staël. Foi elogiado por Humboldt e por Fichte. Dentre seus discípulos incluem-se Denizard Rivail, Ramsauer, Delbrück, Blochmann, Carl Ritter, Froebel e Zeller.

Por volta de 1815 dissensões surgiram entre os professores de sua escola, e os últimos 10 anos de seu trabalho foram marcados por cansaço e tristeza. Em 1825 ele se aposentou em Neuhof. Escreveu suas memórias e seu último trabalho, “O canto do cisne”, vindo a morrer em Brugg.

Contribuições de Pestalozzi
Como ele próprio disse, o verdadeiro trabalho de sua vida não se deu em Burgdorf ou em Yverdon. Estava em seus primeiros momentos como educador, com a sua observação, a preparação do homem integral, a prática junto aos órfãos de Stans.

A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral, isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade.



Versão Moderna de Como
Gertrudes Ensina às Crianças


 Pestalozzi aplicou em classe seu princípio da educação integral, não limitada à absorção de informações. Segundo ele, o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça (intelectual), a mão (físico) e o coração (afetivo ou moral). O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla: intelectual, física e moral. E o método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número. Só depois da percepção viria a linguagem. Com os instrumentos adquiridos desse modo, o estudante teria condições de encontrar em si mesmo liberdade e autonomia moral. Como alcançar esse objetivo dependia de uma trajetória íntima, Pestalozzi não acreditava em julgamento externo. Por isso, em suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas, numa época em que chicotear os alunos era comum.

A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora, idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza – em que o método pedagógico deveria se inspirar.

Tanto a defesa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.



Pestalozzi e os órfãos em Stans, por
Konrad Grob (1828 - 1904), pintura de 1879



Pestalozzi não foi um iluminista típico, até por ser religioso demais para isso. Por outro lado, a importância que dava à vivência e à experimentação aproximam seu trabalho de um pioneiro enfoque científico para a educação, num reflexo da defesa da razão que caracterizou o "século das luzes". "A arte da educação deve ser cultivada em todos os aspectos, para se tornar uma ciência construída a partir do conhecimento profundo da natureza humana", escreveu Pestalozzi.

O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.


Edifício em Yverdon onde funcionou a
Escola fundada por Pestalozzi



Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a idéia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.

Síntese das Idéias
A escola idealizada por Pestalozzi:

- Não apenas uma extensão do lar, mas inspira-se no ambiente familiar, (atmosfera de segurança e afeto);
- O amor é a plenitude da Educação: só o amor tem força salvadora capaz de levar o homem à plena realização moral.
- Na visão de Pestalozzi, a criança se desenvolve de dentro para fora.
- Um dos cuidados principais do professor deve ser o de respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa.

O Método de Pestalozzi:
- Do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo, do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, o ideal é “aprender fazendo”;
- O processo educativo deve englobar três dimensões humanas para uma formação também tripla: intelectual, física e moral;
- O método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número (posteriormente, a linguagem);
- Nas suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas;
- Mais importante do que o conteúdo, o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
Conclusão

Pestalozzi foi um dos pioneiros da educação moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais, e longe está de deixar de ser uma referência. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.

"A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim, de ação. É atividade."

Johann Heinrich Pestalozzi