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sábado, 3 de outubro de 2015

O vício funciona como um tampão emocional, você deixa de experienciar alguns sentimentos, e por outro lado, por vezes acredita não tolerar outros. Não conseguido por vezes fazer o que pretende, como se algo comandasse a sua vida e ela fosse na grande maioria do tempo um mero espetador forçado por uma força invisível. No entanto, paradoxalmente a pessoa vive entre o reforço positivo (afeiçoa-se ao vício) e a punição (tem consciência do mal que faz). Síndrome de Estocolmo. COMO SUPERAR UM VÍCIO? Todos os comportamentos de dependência têm pelo menos duas coisas em comum: Ajudam as pessoas a reduzir os sentimentos dolorosos e angustiantes São fortemente influenciadas ou controladas por um processo de pensamento destrutivo que tanto seduz a pessoa para realizar o comportamento, como é punida por ceder à tentação. O LADO OCULTO DA VOZ INTERIOR : Uma vez sendo o cisne branco, inocente e gracioso, outra vez sendo o cisne negro, sombrio e destrutivo. “Você teve uma semana difícil. Tome uma bebida. Você realmente precisa disso para relaxar.” “Come um pedaço de bolo. Fizeste bem a tua dieta durante toda a semana, tu mereces. “ Depois de ceder, essa voz interior enganosamente suave transforma-se num inimigo cruel, dilacerando a pessoa em pedaços. Em questão de segundos a voz interior altera-se e torna-se maliciosa, castiga a pessoa por se entregar ao comportamento de vício que ela própria encorajou . “És um fraco, idiota. Disseste que não ias beber mais. Estragaste tudo. És sempre a mesma coisa. “ APRESENTO ALGUMAS TÉCNICAS QUE PODE UTILIZAR PARA AJUDÁ-LO A SUPERAR O SEU VÍCIO: No entanto, quando você perseverar nas suas ações, as vozes depreciativas irão diminuir e eventualmente desaparecer.


Por Miguel Lucas. Psicologia Comportamental
Tentar superar um vício, percorre os mesmos caminhos angustiantes do tormento que uma vítima passa ao tentar libertar-se do seu sequestrador. Mas, a natureza do vício é autodestrutiva. É como se a própria pessoa desenvolvesse a Síndrome de Estocolmo, mas ao invés de se afeiçoar ao sequestrador, afeiçoa-se ao seu vício. O Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por pessoas que são vítimas de sequestro, em que a vítima desenvolve sentimentos de lealdade para com o sequestrador apesar da situação de perigo em que se encontra colocada. Na grande maioria dos vícios, uns mais destrutivos que outros, a pessoa tem consciência do quão prejudicial é continuar a alimentar o comportamento inadequado, que na grande maioria das vezes toma conta da sua vida, ou pelos menos causa-lhe grandes transtornos em algumas áreas da sua vida. No entanto, paradoxalmente a pessoa vive entre o reforço positivo (afeiçoa-se ao vício) e a punição (tem consciência do mal que faz).

Todos os comportamentos de dependência têm pelo menos duas coisas em comum:
Ajudam as pessoas a reduzir os sentimentos dolorosos e angustiantes
São fortemente influenciadas ou controladas por um processo de pensamento destrutivo que tanto seduz a pessoa para realizar o comportamento, como é punida por ceder à tentação.

O LADO OCULTO DA VOZ INTERIOR



O vício, tal como na dança em o Lago dos Cisnes, encontra um padrão pelo qual entra diretamente na vida de uma pessoa, atraindo e condenando, confortando e destruindo. Uma vez sendo o cisne branco, inocente e gracioso, outra vez sendo o cisne negro, sombrio e destrutivo. Esta dança, pouco a pouco vai levando a pessoa à exaustão, consumindo a sua energia, os seus recursos funcionais, alterando o seu raciocínio, adulterando as ideias e os desejos. Os condicionamentos sucedem-se, a pessoa vê-se numa miríade de obstáculos, não conseguido por vezes fazer o que pretende, como se algo comandasse a sua vida e ela fosse na grande maioria do tempo um mero espetador forçado por uma força invisível.

As pessoas que se envolvem em drogas, álcool ou jogo, que têm um transtorno alimentar, ou que lutam com qualquer outro vício estão agindo de acordo com as influencias de um processo de pensamento destrutivo conhecido como a sua voz interior. A voz interior funciona como uma faca de dois gumes, uma vezes é afável, motivadora e sedutora, outras vezes é crítica, atroz e maliciosa. Por exemplo, se você luta com uma dependência de álcool, este inimigo interno vai tentar seduzi-lo como um amante, o pensamento aparentemente amigável (ou “voz interior”), pode dizer:


“Você teve uma semana difícil. Tome uma bebida. Você realmente precisa disso para relaxar.”

Se você estiver a tentar superar um vício alimentar, o seu diálogo interno pode atraí-lo com recompensas:


“Come um pedaço de bolo. Fizeste bem a tua dieta durante toda a semana, tu mereces. “

Depois de ceder, essa voz interior enganosamente suave transforma-se num inimigo cruel, dilacerando a pessoa em pedaços. Em questão de segundos a voz interior altera-se e torna-se maliciosa, castiga a pessoa por se entregar ao comportamento de vício que ela própria encorajou .


“És um fraco, idiota. Disseste que não ias beber mais. Estragaste tudo. És sempre a mesma coisa. “

alcoolismo

ENTRE O REFORÇO E A PUNIÇÃO



Tal como na dança em o Lago dos Cisnes, a voz interior autocrítica sempre desempenha dois papéis durante o tormento de um vício: sedutor e punidor. Comportamentos de dependência representam um ataque direto contra a saúde física e bem-estar emocional, e limitam a capacidade de realizar objetivos pessoais significativos na vida. Portanto, é importante identificar as vozes críticas internas que regem esses padrões de mau hábito e desafiar os seus dilemas, aprendendo formas mais construtivas de lidar com a dor emocional e sofrimento.

Quer o seu vício esteja numa fase avançada ou numa fase inicial, certamente beneficiará de um acompanhamento especializado. Procure um psicólogo, um terapeuta ou um grupo de apoio para o ajudar de forma mais sistematizada e disciplinada a superar o que o atormenta.


De uma forma geral, o terapeuta ajuda os clientes a identificar causas ambientais que precipitam as emoções dolorosas e padrões de pensamentos negativos, que, por sua vez, influenciam no envolvimento de comportamentos de dependência. Para além de se incentivar na busca dos desejos genuínos, objetivos e comportamentos saudáveis, os terapeutas fortalecem os seus clientes, num processo que lhes permite alcançar a liberdade da dependência e dos comportamentos autodestrutivos.

     APRESENTO ALGUMAS TÉCNICAS QUE

 PODE UTILIZAR PARA AJUDÁ-LO A SUPERAR O

 SEU VÍCIO:



Identificar - É vital identificar os pensamentos (usualmente percepcionados como sendo a sua voz interior) que o irão prejudicar, atraindo-o para um comportamento destrutivo. Mesmo que esses pensamentos possam parecer amigáveis ou reconfortantes, eles devem ser reconhecidos como um inimigo. Neste processo é importante procurar padrões no seu comportamento:


O que ocorre ou o que passa pela sua cabeça antes de você tomar a decisão de iniciar uma ação autodestrutiva?


Que situações funcionam como uma tentação?

Que cenários você sabe que são perigosos?

Que desculpas “lógicas” você constrói para defender a necessidade do vício?


Ao identificar os gatilhos internos (voz interior) e externos (situações) que fazem disparar a sua lista de desculpas que promovem o seu comportamento de vício, você pode tornar-se mais autoconsciente e acionar uma resposta mais adequada. Ao saber identificar a sua voz interna afável (ilusoriamente amiga), você consegue parar para refletir e resistir-lhe, não seguindo os pensamentos que vão contra o seu própria interesse.

Registar os acontecimentos – Depois de reconhecer os seus pensamentos e voz interior, você pode registrá-los como um meio para se conhecer melhor e familiarizar-se com os seus maus hábitos. Ao tomar consciência de alguns tipos de pensamento justificativos que o têm conduzido ao seu vício, você pode construir uma âncora positiva que lhe permita reverter o pensamento negativo e a voz interior que promovem esse mesmo vício. Uma âncora positiva, é algo que você escolhe dizer para si mesmo, ou fazer, que lhe permitem afastar-se da tentação quando se apanha a ter pensamentos desencadeadores do comportamento de vício

Refletir e disputar – Depois de saber quais são a situações e pensamentos gatilho que fazem disparar a sua incontrolabilidade sobre o seu impulso para iniciar o comportamento não desejado, você pode tentar perceber qual a satisfação psicológica ou física na base do seu vício.

Que alívio físico lhe proporciona?

Que alívio psicológico lhe proporciona?

Do que é que você está fugindo?

Que compensação emocional lhe trás?

Está relacionado com algo preso no seu passado?

Provavelmente o seu vício foi maioritariamente aprendido. Certamente, depois de responder a algumas destas questões ficará mais esclarecido e, com essa informação na sua posse, está mais preparado para arranjar um substituto saudável para a funcionalidade do seu mau hábito. Se aprendeu a implementar na sua rotina diária algo que lhe é prejudicial, tem a capacidade de aprender um comportamento alternativo, mais adequado e assertivo.

Planejar - Sabendo as situações, os pensamentos e a voz interior que desencadeia em você o impulso para o vício, fica mais capacitado para orientar as suas ações promotoras da superação. Você pode, então, definir um plano com estratégias acerca do que fazer nos momentos em que se sinta compelido a usar ou desfrutar dos seus comportamentos indesejados. Você pode visualizar-se a dizer não. Você pode procurar uma pessoa para conversar, um amigo certo para sair, ou realizar uma determinada atividade que sabe diminuir-lhe os níveis de stress.

Ter compaixão por você mesmo - Todos nós enfrentamos as nossas lutas e cometemos erros. Querer lidar com o vício e superá-lo é um sinal de força, não de fraqueza, e você não deve permitir que a sua voz interior autocrítica o mande abaixo por quaisquer erros ou recaídas. Lembre-se que o desejo de autopunição é um fator tremendamente forte no apego à dependência. Dar ouvidos ao seu diálogo interior mordaz, seguir as indicações depreciativas, desmotivacionais e sombrias só vai funcionar contra você, mesmo quando você sofre um revés. Quando você tem uma recaída, não quer dizer que tudo voltou ao mesmo, apenas quer dizer que você tem de manter-se no caminho da recuperação, orientar a sua voz motivacional, agarrar-se às ações que irão conduzi-lo ao sucesso.

Reavivar o seu sentimento – A dependência entorpece a alegria de uma pessoa, assim como a dor. Inibe a capacidade de sentir algumas emoções e consequentemente impede-o de viver algumas experiências no seu dia-a-dia. O vício funciona como um tampão emocional, você deixa de experienciar alguns sentimentos, e por outro lado, por vezes acredita não tolerar outros. Naturalmente, quando você supera um vício, algumas emoções surgirão mais vivas, você passará a sentir algumas coisas mais à flor da pele, pois a dependência encarregou-se de mascará-las. Sentir essas emoções e obter bem-estar através delas vai fazer você ficar mais forte e restabelecer o equilíbrio emocional. Irá também reduzir a sua “necessidade” percebida da substância ou comportamento que estava alimentando o seu vício.

Inicialmente, as vozes críticas internas ficarão mais altas, atacarão o seu eu de forma mais intensa. Nesse momento você tem de ser persistente, ficar muito atento e orientar-se pelas suas âncoras positivas. No entanto, quando você perseverar nas suas ações, as vozes depreciativas irão diminuir e eventualmente desaparecer. Ao longo deste processo, você deve ser flexível, aberto e compassivo. Falar com alguém é importante, e a terapia é uma opção saudável e inteligente. Quando você luta contra um vício, desafiando as suas vozes interiores destrutivas, você fortalece o seu verdadeiro eu. Você alcança um melhor equilíbrio emocional, deixando-o mais forte em face das tentações e comportamentos destrutivos.

Mais importante: Neste processo você liberta-se de todas as correntes internas que o impedem de viver o seu pleno potencial, permitindo que procure ativamente o que pretende realizar na sua vida.

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