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sexta-feira, 17 de abril de 2015

“Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência!” O SONHO DOS RATOS, por Rubem Alves. Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade…




Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade.

Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade…Bem pertinho é modo de dizer.

Na verdade, o queijo estava imensamente longe porque entre ele e os ratos estava um gato… O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho…Os ratos odiavam o gato.

Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro…

Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais. “Quando se estabelecer a ditadura dos ratos”, diziam os camundongos, “então todos serão felizes”…

- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.

- Socializaremos o queijo, dizia outro.

Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções.

Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem: crescem sempre. E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: “o queijo, já!”…

Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era.

O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu.

Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem.

Assim, quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.

Arreganharam os dentes. Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos. A briga começou. Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram a brigar entre si.

Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem. O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos:

“Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono”.

Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando. Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido.

O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato o olhar malvado, os dentes à mostra.

Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão parecidos.

“Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência!”

Rubem Alves – escrito em dezembro de 2004
Texto nos apresentado pela amiga Loiva Karnopp

domingo, 12 de abril de 2015

Existem pessoas que nos abraçam mesmo sem estar perto.


Existem pessoas que nos abraçam mesmo sem estar perto.
Algumas vezes são por palavras doces, outras porque de alguma forma se fazem presente. 
Delas provém gestos bonitos de afeto que nos mostram o quanto se importam, o quanto nos querem bem e se tem uma coisa na vida que nada no mundo paga é o carinho sincero.
Pessoas assim são pequenos diamantes que aprendemos a lapidar com sorriso, com ternura e toda doçura que nos cabe.
Dessas eu não me afasto. E a Deus agradeço todos os dias por tê-las por perto... 
Simples assim!!

Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria. Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.


Um professor pediu aos alunos que levassem uma sacola com batatas para a sala de aula. Disse-lhes que separassem uma batata para cada pessoa que os magoara ou de alguma forma os fizera sofrer. Depois disso que escrevessem o nome de cada pessoa em cada batata e as colocassem dentro da sacola.
Eles começaram a pensar, e foram lembrando e escrevendo uma a uma as pessoas que os tinham magoado... Algumas sacolas ficaram muito pesadas!
A tarefa seguinte consistia em, durante uma semana, carregar consigo a sacola com as batatas para onde quer que fossem. Com o tempo as batatas foram se estragando e era um incômodo carregar a sacola o tempo todo e ainda sentir seu mau cheiro. Além disso, a preocupação em não esquecê-la em algum lugar fazia com que deixassem de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.
E foi assim que os alunos entenderam a lição de que carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas podres.
Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria.
Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.
Jogue Fora suas "batatas

Vai demorar apenas 25 segundos para ler isso e mudar o seu pensamento, talvez o seu mundo interior. Dois homens , ambos gravemente doentes , estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora todas as tardes para conseguir drenar o líquido de seus pulmões .




Dois homens , ambos gravemente doentes , estavam no mesmo
quarto de hospital.
Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma
hora todas as tardes para conseguir drenar o líquido de
seus pulmões .

Sua cama estava junto da única janela do quarto.
O outro homem tinha de ficar sempre deitado de
costas para a janela.
Os homens conversavam horas a fio .
Falavam das suas mulheres e famílias, das suas
casas, seus empregos, seu envolvimento no
serviço militar,locais onde eles passava as
férias ..
Todas as tardes , quando o homem da cama perto da
janela se sentava , ele passava o tempo
descrevendo ao seu companheiro todas as coisas que ele podia
ver do lado de fora da janela.


O homem da cama do lado começou a viver para aqueles
períodos de uma hora, em que o seu mundo era
alargado e animado por toda a atividade e
cor do mundo do lado de fora.


A janela dava para um parque com um lindo lago de patos e cisnes brincavam na água enquanto crianças com os seus barquinhos . jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores e uma bela vista da silhueta da cidade podia ser visto na distância.

Quando o homem perto da janela descrevia isto tudo com
detalhes requintados , o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava esta cena pitoresca .

Uma tarde quente, o homem perto da janela
descreveu um desfile que passava.

Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda -
ele podia vê-lo no olho da sua mente como o senhor a retratava através de palavras descritivas .

Dias , semanas e meses se passaram.
Uma manhã , a enfermeira chegou ao quarto trazendo
água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida
do homem perto da janela , que tinha morrido
tranquilamente em seu sono .

Ela ficou muito triste e chamou o atendentes para que levassem o corpo .

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela.
A enfermeira ficou feliz em fazer a troca , e depois de ter certeza que ele estava confortável , ela deixou ele sozinho.

Vagarosamente, pacientemente , ele se apoiou em um
cotovelo para tomar o seu primeiro olhar para o mundo real.

Fez um grande esforço e lentamente a olhar para fora da janela
além da cama .

Ele enfrentou uma parede em branco .

O homem perguntou à enfermeira o que poderia ter
levado seu companheiro falecido, que tinha descrito coisas tão maravilhosas fora dessa janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.

Ela disse: ' Talvez ele só queria encorajar você.

Epílogo:
Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas .
A dor compartilhada é metade da tristeza , mas a felicidade
quando compartilhada, é dobrada .


" Hoje é uma dádiva, é por isso que é chamado de O
PRESENTE

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Mudança . Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas


 Mudança
Fernando Pessoa

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ... Que já têm a forma do nosso corpo ... E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ... É o tempo da travessia ... E se não ousarmos fazê-la ... Teremos ficado ... Para sempre ... À margem de nós mesmos...