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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O LOBINHO SABICHÃO - Por Lá Fontaine. O lobinho, que se julgava um sábio, também não sabia. Como não queria confessar sua ignorância, começou a falar entre-dentes, enquanto coçava uma orelha. - Eu sei, sei muito bem.


O LOBINHO SABICHÃO
Por La Fontaine
Um lobo e uma raposa tinham nascido ao mesmo tempo e crescido juntos na floresta. Lá, na cova onde vieram ao mundo, também estudaram juntos as primeiras lições de vida.
Crescidinhos, os dois estudantes quiseram conhecer o mundo.
Caladinhos, às escondidas, sem que os pais nada percebessem, fugiram da toca, correram uma grande distância, afundaram-se na florsta e depois começaram a perambular de mata em mata.
No meio de um campo onde tinham chegado, e que lhes pareceu infinitamente extenso, estava um belo cavalo alto e gordo pastando sossegadamente, sem dar a mínima importância aos dois viajantes.






Estes, quando o viram, pararam estupefatos, sem saber o que fazer. Estavam a ponto de fugir desabaladamente, pois o medo era terrível.
-- Quem será? perguntou, afinal, a raposa, um tanto senhora de si.


O lobinho, que se julgava um sábio, também não sabia. Como não queria confessar sua ignorância, começou a falar entre-dentes, enquanto coçava uma orelha.
- Eu sei, sei muito bem. O seu nome está na ponta da minha língua! É que, no momento, não sou capaz de lembrar-me...
- Pois bem, propôs a raposa, o melhor é irmos perguntar-lhe, em vez de ficarmos aqui parados, enquanto a memória está falhando.
Encaminhando-se para perto do cavalo, fez-lhe uma graciosa reverência e perguntou ao desconhecido:
- Ilustrícimo senhor, estes vossos humildes servidores desejam saber qual o vosso nome?
O interpelado, a quem aqueles intrusos estavam aborrecendo, respondeu atravessadamente:
- Meu nome está escrito nas minhas ferraduras. Se quiserem sabê-lo, leiam! E ergueu uma pata traseira.

A raposa, muito finória, desculpou-se, dizendo que era ainda muito criança e não sabia ler bem; enquanto que o lobinho, querendo aproveitar a oportunidade para exibir-se vaidosamente diante daquele soberbo animal, foi depressa ler o nome na ferradura.




O cavalo deu-lhe, então, um valente coice, atirando-o longe.




- Ai... ai... ai... gritou o bichinho, cheio de dores, mas ainda capaz de correr e fugir.
A raposa, correndo a seu lado, perguntou-lhe zombateira:
- Esta lição você ainda não tinha estudado?
.
MORAL DA HISTÓRIA - A soberba pode nos levar a situações perigosas. Portanto, nunca devemos fingir conhecer o que, de fato, desconhecemos apenas para satisfazer nosso orgulho.

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