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sexta-feira, 11 de julho de 2014

As características pedagógicas dos mitos em Homero. Para a maioria dos gregos da época de Platão, Homero era um grande educador grego, o filósofo tentou limitar o valor pedagógico da poesia Homérica colocando em praxe a veracidade de suas obras. Platão considerou que uma obra de porte pedagógico deveria jamais ferir o conceito ético e estético, enquanto que em Homero as realizações dos personagens estão além da impossibilidade humana. Platão queria com isso conferir a depreciação do valor pedagógico das obras justamente por ferirem o conceito ético humano.


Para a maioria dos gregos da época de Platão, Homero era um grande educador grego, o filósofo tentou limitar o valor pedagógico da poesia Homérica colocando em praxe a veracidade de suas obras. Platão considerou que uma obra de porte pedagógico deveria jamais ferir o conceito ético e estético, enquanto que em Homero as realizações dos personagens estão além da impossibilidade humana. Platão queria com isso conferir a depreciação do valor pedagógico das obras justamente por ferirem o conceito ético humano.

Os poetas gregos, principalmente Homero, constituíam grande valor para historia literária da humanidade, teriam sido eles os criadores e modeladores do ideal grego. Desde os primórdios da humanidade tentamos compreender os problemas centrais do homem através da arte. Saussure analisou que a transcrição da vida é impossível diante da linearidade dos signos linguísticos, já Ricoeur afirmou que buscamos uma compreensão da vida através da literatura, para isto o texto literário tem que se aproximar da realidade, um texto desse caráter deve aprofundar-se o maior possível da intimidade humana e estar ligado aos anseios espirituais, a capacidade de lidar com devidas situações que ocorrem na vida humana, segundo Jaeger «63» a poesia grega não nos fornece nenhum fragmento de realidade. “Ela nos da um trecho da existência, escolhido em relação a um ideal determinado.”

Segundo Jaeger «64» “nenhum povo criou por si mesmo formas de espírito comparáveis aquelas da literatura grega posterior. Dela nos vem a tragédia, a comedia, o tratado filosófico, o diálogo, o tratado cientifico sistemático, a historia critica, a biografia, a oratória jurídica, a panegírica, a descrição de viagens e as memórias, as coleções de cartas, as confissões e os ensaios.” A poesia épica fundada pelos gregos beneficiou as mais distintas etnias, raças e culturas posteriores, a partir dos cantos heróicos nasceu a epopéia e os outros povos apossaram-se da arte grega para descreverem sua peculiaridades, todavia nenhum povo exprimiu-se de modo tão distinto e sublime nas épicas como os gregos. Somente um poema da idade média a “A Divina Comedia” de Dante equipara-se a obra homérica, o poema de Dante eleva-se pela intimidade e universalidade humana, fato que ocorre numa proporção especial em Shakespeare e Goethe. Embora tais poetas encontram-se beneficiadas pelo tempo enquanto que Homero é o precursor da poesia universal.

Embora a poesia homérica seja duramente criticada por Platão devido a frivolidade tão intensa no texto, ela possui uma importância educadora no seio grego, a ética encontra-se exposta na cultura e moral da sociedade aristocrata, e aquela sociedade aristocrata desapareceu, não havendo ninguém para testemunhar a veracidade dos acontecimentos descritos por Homero, ou, daqueles acontecimentos históricos. Além desta forma de vida estar extinta para sempre o único fundamento vivo de toda aquela cultura está escrito nos poema poemas homéricos. A poesia homérica é muito vasta e impossível de reduzir-se a uma fórmula única, por trás de toda complexidade existe um interesse educador expresso, até pelos nomes impostos por Homero, cujos significados está impresso no personagem: o cantor do Canto I da Odisséia, cujo nome é Fêmio, significa,”portador da fama, anunciador da glória.” O estimo de Atenéia a Telêmaco é um exemplo educativo criado pelo mito, conforme afirma Jaeger o mito não possui caráter educativo pela comparação de um acontecimento exemplar, mas sim pela própria natureza do mito, os mitos e lendas heróicas são ricos em exemplos e pensamentos de sua nação; embora seja o mito fictício, não tem nenhum caráter fictício.

Para além do caráter educador estava o caráter cívico, as palavras de um herói troiano se resumiu que “lutar pela pátria era um bom augúrio.” Penélope por exemplo, não mediu o esforço de esperar o marido por vinte anos, além do dever de esposa implícito aqui, existe também o dever de rainha, pois o rei estava ausente, mas o trono lhe pertencia, era vitalício; enquanto não houvesse noticia concreta de sua morte ela não se casaria. Os personagens homéricos se posicionam em frente os desvarios e nas experiências da vida, encaram com coragem e determinação, possuem forças morais tão fortes quanto a força física, reconhece a força do mundo superior, da força demoníaca como mais potente em relação o homem.

Na verdade, apesar do mito tão implícito na obra homérica elas possuem caráter pedagógico, iniciou-se na consciência nacional grega e expandiu-se sobre a cultura grega posterior e outras culturas posteriores e externas, Homero deixa claro que o motivo da ação heróica é a própria cólera do herói, exaltando os feitos pestes, garantindo o espaço na historia como uma obra prima, “mãe “ de todas as outras artes expressionistas de caráter pedagógicos, uma das provas convincente é o fato de manter viva a grandeza e a gloria dos cantos através dos tempos. Sem julgar o significado e o exemplo da ética aristocrática de Homero, pois é uma sociedade do passado cuja cultura e características contrapostas as atuais sociedades ocidentais.

Bibliografia Citada
Jaeger, Werner Wilhen. «Homero como educador», Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo, Martins fontes, 1995. 61-84.
RICOEUR, Paul, «Life in quest of narrative», WOOD, David, On Paul Ricoeur: narrative and interpretation. Londres, Routledge, 1991, 20-33.
SAUSSURE, Ferdinand de, Curso de Linguística Geral, Lisboa, Dom Quixote, 1992.
Weberson Fernandes Grizoste; Doutorando em Poética e Hermenêutica.; Universidade de Coimbra, UC, Portugal;        Título: Os Timbiras: paradoxos anti-épicos da Ilíada Brasileira; Palestrou em 2010 no Auditório da Faculdade Eduvale e gentilmente cedeu este artigo.
Fonte: Faculdade EDUVALE

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