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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Virtualização dos saberes Na discussão sobre se o virtual é real, Pierre Lévy defende que a interação e troca do conhecimento, propiciados pela Cibercultura, possibilita ao homem participar de uma "inteligência coletiva", que funcionará como instrumento para resgatar a sua subjetividade







O advento das tecnologias eletrônicas na Cultura contemporânea conduz a uma frutífera re exão sobre a questão da virtualização dos saberes, circunstância própria da era informática na qual, de uma maneira geral, estamos todos inseridos. Certamente, jamais encontramos tanta facilidade para a divulgação imediata de conteúdos tal como atualmente existe no sistema informático, circunstância que, interpretada por um viés otimista, representa uma democratização do processo de criação intelectual e sua consequente difusão pública. Nessas condições, Pierre Lévy a rma: "As atividades de pesquisa, de aprendizagem e de lazer serão virtuais ou comandadas pela economia virtual. O ciberespaço será o epicentro do mercado, o lugar da criação e da aquisição de conhecimentos, o principal meio da comunicação e da vida social".¹

A "Cibercultura" é um termo utilizado na de nição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual. Estas comunidades estão ampliando e popularizando a utilização da Internet e outras tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo. Este termo se relaciona diretamente com as dinâmicas sociais, econômicas, políticas e losó cas dos indivíduos conectados em rede, bem como a tentativa de englobar os desdobramentos que este comportamento requisita.







A ANÁLISE GENEALÓGICA DO CONCEITO FILOSÓFICO DE VIRTUAL NOS REMETE A ARISTÓTELES, QUE ESTABELECE A CÉLEBRE DISTINÇÃO ENTRE ATO E POTÊNCIA

Uma análise genealógica do conceito losó co de virtual nos remete diretamente a Aristóteles, que estabelece a célebre distinção entre ato, aquilo que está efetivamente realizado, e potência, aquilo que virá a ser e que existe em nível intensivo: "O que não tem potência de ser não pode existir em parte alguma, enquanto tudo o que tem potência pode também não existir em ato. Portanto, o que tem potência para ser pode ser e também pode não ser: a mesma coisa tem possibilidade de ser e de não ser".²

A base ontológica da Internet se sustenta pela qualidade do virtual, conceito problematizado na Filoso- a Contemporânea, em especial por Gilles Deleuze e IMAGENS: SHUTTERSTOCK por Pierre Lévy, que segue nesse quesito os parâmetros intelectuais delineados por aquele. É importante destacar que, para a consciência irre etida do senso comum, o virtual representaria algo próprio do irreal, quiçá inexistente de fato. Todavia, tal perspectiva não corresponde ao signi cado losó co de virtual: algo que existe sem possuir, todavia, concretude, caráter palpável, encontrando-se assim em estado de potência; o virtual ainda não é de fato, atual, mas poderá vir a ser; assim sendo, o virtual de alguma maneira já existe, ainda que em uma dimensão não concreta. Conforme argumenta Deleuze, "O virtual não se opõe ao real, mas apenas ao atual. O virtual possui uma plena realidade como virtual [...] O virtual deve ser de nido como uma parte própria do objeto real - como se o objeto tivesse uma de suas partes no virtual e aí mergulhasse como numa dimensão objetiva".³



O termo "Cibercultura" é utilizado para designar os processos de agenciamentos sociais no mundo virtual. A criação de comunidades e grupos neste espaço permite que as pessoas se conectem com mais facilidade, aumentando a aproximação e os números de adeptos a esta prática

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