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domingo, 17 de novembro de 2013

Ela foi encaminhada para um psicólogo e, depois, mandaram para um psiquiatra, que disse que ela não tinha nada. ‘É mais cômodo dar remédio do que fazer terapia’, diz mãe. Acho que as crianças são nosso espelho. Será que a agitação deles não é culpa nossa?"

Fonte: Folha de São Paulo

Kátia Christina Fonseca da Silva, 38, ajudante de cozinha, desconfia sempre que dizem que uma criança tem deficit de atenção. Sua filha, Valentina, 11, recebeu esse diagnóstico de forma errada, segundo ela.

"Minha filha Valentina sempre deu problema. Com seis anos, a escola me chamou para conversar.

Ela tinha tido um surto. Jogou as coisas do armário da sala no chão, puxou o cabelo da professora, agrediu outras crianças. Entrei na sala de aula e comecei a chorar, não acreditava que ela tinha feito aquilo.

Ela foi encaminhada para um psicólogo e, depois, mandaram para um psiquiatra, que disse que ela não tinha nada.

Não fiquei satisfeita. Juntei dinheiro e paguei um psiquiatra particular, que disse que ela tinha TDAH (deficit de atenção) e precisava de remédio. Fiquei desesperada. A caminho da farmácia, encontrei uma amiga, que me convenceu a não comprar o remédio. Disse que o mesmo tinha acontecido com o filho dela.

Comecei a me perguntar se o problema não estava na minha família. Na época, eu estava me separando e trabalhava demais.

Passei a dar mais atenção para ela, a passar mais tempo junto e, devagar, as coisas começaram a melhorar.

Ela ainda dá trabalho, mas é o mesmo trabalho que toda criança. Ela tem o gênio forte. Acho que, quando era mais nova, queria chamar a atenção.

Depois de tudo, comecei a participar de reuniões na escola para conversar com os pais. Quando dizem que uma criança tem TDAH, penso, será que isso está certo?

É mais cômodo dar um remédio do que fazer uma terapia, mudar o comportamento.

Acho que as crianças são nosso espelho. Será que a agitação deles não é culpa nossa?"
 

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