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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ler faz bem para a mente e para a alma. A leitura traz diversos benefícios para nossas vidas, através de um bom livro temos a chance de navegar por um universo novo, desfrutar de emoções variadas e ainda adquirir conhecimentos. As pessoas que desenvolvem o hábito de ler encontram mais facilidade para se expressarem por meio da escrita.



A leitura traz diversos benefícios para nossas vidas, através de um bom livro temos a chance de navegar por um universo novo, desfrutar de emoções variadas e ainda adquirir conhecimentos. As pessoas que desenvolvem o hábito de ler encontram mais facilidade para se expressarem por meio da escrita.

A literatura é provida de uma ampla variedade de título, ou seja, há obras de todos os gêneros para atender um público de gostos diversificados. A escola não tem o costume de desenvolver nos alunos o prazer pela leitura, por isso eles cultivam certa repulsa diante de um livro, em especial quando se trata de um clássico da literatura brasileira.

Apesar do desafio que possa parecer gostar de ler acontece com o tempo, quando pegamos uma história interessante nos sentimos acolhidos por ela e fica difícil se desprender. 
Um livro nos permite fugir da realidade, dos problemas, nos traz conhecimento e visão de mundo e de Ser, nos torna seres críticos e seres reflexivos, nos enternece, nos faz pensar sentindo e sentir pensando, por isso traz benefícios para a alma.

Reflita sobre a leitura e se enterneça com a mesma.
Boa Leitura.
G. T

Qualidade de Vida. O mundo atual é assim: as exigências aumentam dia após dia e as pessoas vivem sob constante pressão. É por isso que cada vez mais se fala em qualidade de vida. Desculpas nunca vão faltar, mas o fato é que qualidade de vida é uma simples questão de atitude. Aliás, assim como tudo na vida. Somos fruto das nossas atitudes.

Por: Hilsdorf

O mundo atual é assim: as exigências aumentam dia após dia e as pessoas vivem sob constante pressão. É por isso que cada vez mais se fala em qualidade de vida. Desculpas nunca vão faltar, mas o fato é que qualidade de vida é uma simples questão de atitude. Aliás, assim como tudo na vida. Somos fruto das nossas atitudes.

Algumas dicas para uma melhor qualidade de vida:

1. Aprenda a respirar, em geral respiramos muito mal.
2. Reeduque sua alimentação.
3. Mexa-se! Exercite-se! No mínimo uma caminhada por dia, mesmo que seja na esteira.
4. Dedique tempo de qualidade às pessoas que você ama.
5. Dez minutos por dia de Sol sem filtro solar, mais tempo que isso: filtro solar.
6. Tome bastante água, comece ao levantar.
7. Alongue-se! Alongamento é a base do equilíbrio físico.
8. Aprenda a meditar.
9. Cultive o hábito da oração.
10. Priorize a evolução e a prática do Bem.

O lenhador. Um jovem lenhador chegou a uma fazenda onde trabalhava um velho lenhador, famoso na região por ser o melhor dos lenhadores. O jovem era forte, cheio de saúde e vigor.


Um jovem lenhador chegou a uma fazenda onde trabalhava um velho lenhador, famoso na região por ser o melhor dos lenhadores.
O jovem era forte, cheio de saúde e vigor. O velho lenhador já estava cansado pela idade. Eis que o jovem, querendo ser o melhor dos lenhadores, desafia o velho para uma disputa. O vencedor seria quem cortasse o maior número de árvores ao final do dia.
A competição atraiu a atenção de todos os moradores da localidade. Muitos acreditavam que finalmente o velho perderia a condição de campeão dos lenhadores, em função da grande vantagem física do jovem desafiante.

No dia marcado, os dois começaram a disputa. O jovem começou avassalador, entregando-se com muita energia e com a certeza de que venceria. Cortou 10, 20, 30 árvores, e continuava, sem parar. De tempos em tempos olhava para o velho e, às vezes, percebia que ele estava sentado. Pensou que o adversário estava velho demais para a disputa, e continuou cortando lenha com todo vigor.
Ao final do dia, foram medir a produtividade dos dois lenhadores! Todos ficaram chocados. O velho havia vencido a disputa, por larga margem. Havia cortado o dobro da lenha que o jovem cortou.
Intrigado, o jovem perguntou ao velho lenhador:
- Não entendo, muitas vezes quando eu olhei para o senhor durante a competição e notei que estava sentando, descansando. No entanto, conseguiu cortar muito mais lenha do que eu! Como? Isto é impossível!
- Engano seu - disse o velho lenhador - quando você me via sentado, na verdade, eu estava afiando meu machado.

Compartilhei esta conhecida história para refletirmos juntos. Você tem “afiado seu machado” diariamente? Lembre-se sempre da importância da estratégia em tudo que você faz. Use sua experiência adquirida com todos os fatos que você já vivenciou. Pare, estrategicamente, reflita e avalie se seus esforços estão adequados aos desafios que você tem que enfrentar.


Paz e Alegria, 
C. Hilsdorf

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Romance de Flor e Luna. Mariano Luna que tinha lua nos olhos Entregou esse clarão aos olhos dela E apagou a luz extrema que continha Da outra lua que apontava na janela A lavadeira pouco sabia das luas E ainda menos dos olhares que elas têm E descobriu então nos olhos do andante Que de amores nem as flores sabem bem



Romance de Flor e Luna
Jairo Lambari Fernandes
https://www.youtube.com/watch?v=zzXO-ilmtgw

Quando um dia Rosaflor chegou no rancho
Pequeno mundo num fundão de corredor
Enxergou um pingo baio encilhado
E um gaúcho com um gateado no fiador
Mariano Luna domador seguia os ventos
Trazendo mansos pra cambiar pelas estradas
E Rosaflor filha mais moça do seu Nico
Lavava roupa junto às pedras da aguada
Rosaflor num riso manso e buenas noite
Entrou no rancho com seus olhos de querer
Mariano Luna e suas pilchas já puídas
Disse a moça um outro buenas sem dizer, sem dizer

Mariano Luna que tinha lua nos olhos
Entregou esse clarão aos olhos dela
E apagou a luz extrema que continha
Da outra lua que apontava na janela
A lavadeira pouco sabia das luas
E ainda menos dos olhares que elas têm
E descobriu então nos olhos do andante
Que de amores nem as flores sabem bem
Que de amores nem as flores sabem bem

O domador que só sabia desses campos
Sabia pouco do azul que vem das flores
Mas descobriu depois de léguas de estradas
Que há muito tempo não cuidava seus amores
De flor e luna se enfeitou o rancho tosco
Pequeno mundo num fundão de corredor
Que sem saber ficou mais claro e mais silente
Depois que lua debruçou-se sobre a flor
Ficou a estrada sem ninguém pra ir embora
E risos largos diferentes do normal
Um baio manso pastando pelo potreiro
E bombachas limpas pendurada no varal, no varal

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O que é oportunidade? Os antigos e heróicos marinheiros sabiam que, se as caravelas não aportassem em um lugar seguro, correriam o risco de ficar a deriva, encalhar ou naufragar.


O que é oportunidade?



Oportuno vem do latim, que significa "do tempo certo". Nas empresas, quem persegue uma boa oportunidade sempre esbarra nessa definição, porque o "tempo certo" é medido pelo relógio da empresa, normalmente atrasado em relação às expectativas dos funcionários. Que, ansioso, reclama. E aí se torna "inoportuno".

A palavra oportunidade deriva de porto. Os antigos e heróicos marinheiros sabiam que, se as caravelas não aportassem em um lugar seguro, correriam o risco de ficar a deriva, encalhar ou naufragar. Na vida corporativa, muita gente acredita o contrário, que é obrigação do porto sair em socorro das caravelas. Pois é, estou aí, aguardando uma oportunidade.

"Quem espera sempre alcança" é um bonito ditado, mas pouco sentido faz para quem está de olho em uma grande oportunidade. Nas empresas, quem espera sempre dança. Ter fé também é muito louvável, mas pouco resolve. Porque fé, todo mundo sabe, é uma maneira de delegar responsabilidade. Só que para cima. Mas o pior, mesmo, é quando o já estressado marinheiro passa pelo porto ansiosamente procurado sem conseguir avistá-lo. O que me faz lembrar de uma pequena parábola sobre oportunidade.


"Nos tempos de Herodes, rei da Judéia, havia um escriba de nome Nicolau. E era Nicolau justo e irrepreensível na obediência aos preceitos do Senhor seu Deus.


Sucedeu ser Nicolau possuidor de modesta quantia de bens, o que lhe proporcionava um viver simples, porém confortável.


Mas eis, que não havia felicidade no coração de Nicolau. Não eram de agradecimento as suas preces ao Senhor, mas de súplicas e lamentos. Abnegado e servidor, porém nunca reconhecido por suas contribuições, dedicava Nicolau todo o seu tempo a implorar que o senhor dele fizesse instrumento de alguma obra notável, pois não queria terminar seus dias na vala comum dos anônimos e esquecidos.


Assim, todas as noites, posto o sol, permanecia Nicolau em sua janela, jejuando e flagelando-se até o limite do suportável, fazendo orações sem fim e interrogando o infinito. Mas ia se escoando o tempo, e nenhum sinal da vontade do Senhor se manifestava.


Uma manhã, veio acordá-lo Sara, sua mulher. Surpreendido pelo cansaço, Nicolau havia adormecido à janela. Era já a hora undécima de um dia já claro.


"Viste, Nicolau, a estrela que toda a noite clareou os céus ?" indagou Sara. E respondeu-lhe Nicolau: "Não, eu não a vi. Fui interrompido em minhas preces por um viajante que passava e logo adormeci.". Novamente perguntou-lhe Sara: "Quem seria tal viajante ? Por acaso eu o conheço ?".


"Não", replicou fatigado Nicolau, "era apenas um carpinteiro de Nazaré da Galiléia e a sua mulher grávida. Vieram para o recenseamento. Atirei-lhe alguns dinheiros e ordenei que seguissem viajem. Creio que falou algo sobre pernoitar no estábulo, mas não lhe dei atenção".


E Nicolau agradeceu ao Senhor por tê-lo poupado da inconveniência de que aquela mulher desconhecida viesse a dar a luz justamente em sua casa. E voltou a suplicar aos céus pelo milagre que o faria um homem famoso por todo o sempre...


Max Gehringer


Aproveite a oportunidade nesse natal de abraçar as pessoas, todas as pessoas que cruzarem seu caminho... Esse é um grande momento para demonstrar afeto, carinho...

O Vendedor de Balões. Era uma vez um velho homem que vendia balões numa feira. Todos os domingos ele chegava bem cedinho e ficava a encher os balões... eles eram lindos de todas as cores...


O Vendedor de Balões

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa feira. Todos os domingos ele chegava bem cedinho e ficava a encher os balões... eles eram lindos de todas as cores...


Ficavam presos com suas cordinhas ao carrinho...

O homem era um bom vendedor, as crianças compravam e ficavam felizes desfilando com seus balões amarrados ao pulso...


Em um domingo um dos balões escapou, um balão azul soltou-se antes de ser amarrado... e começou a subir ganhando altura, subindo lentamente, bailando no ar e atraindo, desse modo, uma multidão de garotos. Alguns tentaram correr atrás pulando mas ele foi subindo levado pelo vento... Sem querer o acontecimento atraiu muitos meninos e meninas que logo vieram comprar balões naquela manhã... Os balões foram vendidos rapidamente.

Havia ali perto um menino. O garotinho observava os balões sendo cheios e saindo amarrados pelo vendedor nos braços de outros meninos...


O vendedor entendeu que o balão voando atraia compradores e soltou.Então ele soltou o balão vermelho, um tempo depois soltou um verde... O pequeno pediu ao avô que lhe comprasse um balão. Recebeu duas moedinhas... enquanto se dirigia na direção do vendedor viu um balão um amarelo subindo e em seguida um branco.


Ele olhou para alto, os balões subiam, subiam, subiam até... até sumirem de vista.

O menino, de olhar atento, seguiu a cada um por mais alguns instantes. Outros balões tinha se soltado das crianças e o céu parecia estar com estrelas coloridas

Ficava imaginando mil coisas... Mas uma coisa o aborrecia, o homem não havia soltado nenhum balão preto.
 Ele tinha achado aquele tão bonito.

Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou:

- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros ?

O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse:

- Não é a cor, filho, É o que está dentro dele que o faz subir.

A Coruja Sábia, A Confusão Na Floresta E A Troca Dos Problemas. Naquele dia a tranqüilidade reinante na floresta foi interrompida por um grande tumulto provocado por seus habitantes. Uma verdadeira muvuca se instalou de repente. Todos reclamavam torrencialmente de seus problemas.


A Coruja Sábia, A Confusão Na Floresta E A Troca Dos Problemas

Naquele dia a tranqüilidade reinante na floresta foi interrompida por um grande tumulto provocado por seus habitantes. Uma verdadeira muvuca se instalou de repente. 
Todos reclamavam torrencialmente de seus problemas. 

O ágil Beija-Flor foi buscar a líder da floresta, a velha e sábia coruja Ágape. 
Em desespero ele chegou arfando:

- Sábia coruja a floresta enlouqueceu, todos reclamam sem parar, precisamos de sua imediata intervenção. 
E lá foi a coruja. Chegou rapidamente e observando passou a ouvir os problemas de todos com muita atenção. 
Os castores reclamavam da dor de dente que atrapalhava a construção de diques, o esquilo do urso roncador que hibernava a sombra de sua árvore, os coelhos dos seus problemas com a educação dos inúmeros filhotes, o pica-pau de dor de cabeça, as formigas e as abelhas unidas reclamavam que não conseguiam parar de trabalhar eram as workaholics da floresta, os cervos reclamavam dos chifres que enroscavam em tudo, as girafas de torcicolos e da gozação das hienas, as hienas e os urubus do cheiro da carniça, os macacos da altura das árvores, os rinocerontes da miopia, os peixes da umidade, os elefantes do tamanho da tromba e assim seguiam as reclamações da floresta. 
A coruja Ágape, grande sábia, após um pouco de concentração deu um grande piado que imediatamente silenciou a floresta. Silêncio instaurado começou a falar:

- Tenho a solução. Vamos fazer um sorteio e trocar os problemas. Cada um troca de problema com o correspondente sorteado, assim podem de se livrar agora dos problemas atuais e ajudar uns aos outros resolvendo problemas diferentes; uns menores e outros maiores que os seus, que acham? 
Todos refletiram, se entreolharam e começaram a balançar a cabeça concordando, afinal muitos achavam que seus amigos não tinham problemas; o urso dormia e descansava, as abelhas chupavam mel, o pica-pau voava e tinha uma excelente vista lá de cima, os castor tinha uma grande piscina, o leão um harém, e assim pensando concordaram com a troca de problemas. O sorteio se fez.


Felizes com o resultado, sentiam-se aliviados, renovados. Uma minoria queria ter sido sorteada com problemas ainda menores. Mas mesmo assim, estavam satisfeitos, pois todos foram sorteados com problemas menores que os anteriores. A paz voltou a reinar na floresta, enfim harmonia novamente. Uma semana depois, a Coruja Ágape, foi chamada as pressas novamente... Desta vez a muvuca estava ainda maior, barulheira tremenda.


Todos sem exceção queriam autorização para ter seus problemas de volta.


A velha e sábia coruja satisfeita com a lição que dera aos inconformados problemáticos da floresta, autorizou que todos destrocassem os problemas pegando os seus de volta.


A paz novamente voltou a reinar na floresta. Desta vez definitivamente graças à velha e sábia coruja Ágape. Terminando a história, verifiquei que o pequenino dormia ao meu lado.


Satisfeito refleti: meu pequeno problema desta noite é ínfimo perto do problema de meu melhor amigo; ele está passando a noite com sua esposa hospitalizada, ainda bem que não troquei com ele. Virei me cobri e dormi contente com todos os meus pequenos problemas aparentemente sem solução.

Flor de lótus. É difícil encontrar um país da Ásia onde a flor de lótus não seja considerado sagrada. Na tradição budista e em muitas outras crenças orientais a imagem do lótus está ligada à elevação e expansão espiritual. A pureza e a harmonia equilibrada das pétalas da flor estão associadas à própria história de Sidartha Gautama


Flor de lótus









É difícil encontrar um país da Ásia onde a flor de lótus não seja considerado sagrada.

Na tradição budista e em muitas outras crenças orientais a imagem do lótus está ligada à elevação e expansão espiritual. A pureza e a harmonia equilibrada das pétalas da flor estão associadas à própria história de Sidartha Gautama, o Buda, que deu início ao seu caminho de iluminação ao contemplar a miséria que existia fora dos muros do palácio onde vivia.


A flor branca e delicada que emerge de águas lodosas, revelando toda a sua beleza e força, é um símbolo poderoso e transreligioso do convite a que todo ser humano possa evoluir em direção ao Mais, ao Magis para o qual foi sonhado e criado.


Lembrei-me dessa imagem após assistir o filme “Além da vida”,de Clint Eastwood. Assim como o lótus, o cineasta americano tem uma trajetória surpreendente, tanto como ator quanto como diretor. Foi o policial “Dirty Harry”, durão e violento, no início da carreira. Repetiu o figurino na pele de outros heróis que abatiam inimigos a tiros e pancadas. Foi o “Destemido senhor da guerra”, de muitos outros filmes, de muitas guerras, sempre com armas ou punhos prontos a disparar contra alvos fáceis e previsíveis.


Mas, aos poucos, o tempo foi agindo no coração, na mente e na lente daquele Rambo dos anos 1960 e 1970 e o personagem durão foi mudando o foco da sua câmera. Da lama de violência em que seus filmes estavam atolados foi surgindo uma flor leve, delicada, sensível. O primeiro sinal de que algo novo estava germinando na alma do cineasta talvez tenha sido o filme “Bird”, (1988) onde ele contou a vida do saxofonista Charles Parker, um dos mais famosos jazzmen americanos.


Em 1992 ele ganha um surpreendente Oscar ao voltar ao genero wester em “Os imperdoáveis”. Ao lado de Gene Hackman e Morgan Freeman, revolucionou a previsível narrativa do bang-bang ao colocar em primeiro plano os dramas íntimos de seus personagens.


Em 1995, com “As pontes de Madison”, ele se deixa levar de vez pela poética das relações humanas, numa direção e interpretação inesquecíveis, ao lado da fantástica Meryl Streep.


Sem abandonar a imagem de rude e durão, mas também sem fazer concessões ao pieguismo fácil, tão ao gosto de Hollywood, Clint vai ajustando sua câmera sem nenhum pudor para dar um close na beleza possível da alma humana, capaz de emergir do lodo, como em “Menina de ouro” (2004), ou “Gran Torino” (2008).


Chega, agora, com esse “Além da vida” (Hereafter).


A narrativa e o roteiro se equilibram o tempo todo num fio de navalha sobre o qual qualquer escorregão pode transformar a história num dramalhão sem remédio. Mas o diretor não deixa que isso aconteça. Sem pressa, vai deixando emergir a delicadeza perdida no lodo do cotidiano.


Apesar de ser construido a partir de um tema polêmico, a vida depois da morte, o filme não faz proselitismo nem defende com paixão religiosa essa ou aquela posição ou conceito. Ao contrário das certezas dogmáticas, expõe nossa dificuldade em lidar com a idéia do “depois daqui”, uma tradução literal do título original.


A questão da vida após a morte é apenas arranhada, ao contrário do recente e detalhado “Nosso lar”, sucesso nas telas brasileiras de 2010. O que acontece no post morten é mero pretexto para que o filme nos fale da delicada relação do ser humano com seus limites, medos, buscas e esperanças.


Ao espectador, só resta contemplar a instigante, questionadora e por vezes incômoda beleza das pétalas de lótus que vão se revelando uma a uma, se entrelaçando, entre personages e cenas, até o final igualmente delicado e suave.


Não conheço Clint Eastwood, não sei de sua vida, de suas idéias, ou de seu comportamento pessoal. Sei que sua trajetória cinematográfica reaquece minha fé no ser humano, num momento em que, pelas telas da nossa midia, corre um rio de lama, morte, destruição, dor e sofrimento, na anunciada, previsível e absurda tragédia das enchentes.


Entre uma imagem e outra me pergunto: onde florecerá, entre nós, a tão sonhada e desejada flor de lótus?
Eduardo Machado

sábado, 23 de novembro de 2013

Pesquisas recentes indicam que 65% dos alunos acabarão em empregos que ainda não foram inventados, esses são as Profissões do Futuro.

Fonte: ExamTime : postado em Novembro 4, 2013
profissões do futuroPensando nas novidades em tecnologia na educação nós do ExamTime queremos mostrar para vocês como aproveitar melhor as ferramentas de estudo online que temos para oferecer e falar um pouco sobre as tendências no universo de profissões nos próximos anos e como estudar para elas.
Pesquisas recentes indicam que 65% dos alunos acabarão em empregos que ainda não foram inventados, esses são as Profissões do Futuro.
Prova disso é que muitas das ofertas de emprego atuais não existiam 10 anos atrás. Alguns exemplos são os especialistas em SEO e Conteúdo, Desenvolvedor de Aplicativo, Especialista em Sustentabilidade e Gerente de Comunidade.
Esse é um fato que achamos bastante chocante. Então decidimos investigar mais a fundo o que será, de acordo com as evidências que temos hoje, as profissões do Futuro. Confira a seguir algumas dessas profissões  e como podemos nos preparar para elas.

As 10 Profissões do Futuro e o que Estudar

Alguns dos nomes podem parecer estranhos, mas não se preocupem! Algumas dessas profissões ainda não existem e por isso as vezes fica difícil achar um nome para elas, outras existem em inglês e tentamos traduzir da melhor maneira.

1. Desorganizador Corporativo

Muitas grandes empresas estão sendo ultrapassadas por pequenas empresas recém abertas (start-ups) e cheias de novas ideias, sem estruturas hierárquicas, permitindo-lhes adaptar-se e mudar rapidamente. Para superar esse obstáculo podemos encontrar cada vez mais a figura do desorganizador corporativo, ou seja, um especialista para implementar um “caos organizado” nas grandes corporações para incentivar a cultura de mudança dentro delas.
O que estudar: Estudos relacionados à Administração de Empresas. Fique atento para todas as novidades e tendências no mundo dos negócios. A experiência em empreendedorismo e o trabalho em start-ups são essenciais.

2. Especulador de Moedas Virtuais

Algumas moedas virtuais estão ganhando credibilidade entre aqueles que desconfiam que moedas virtuais são parte da causa de inúmeras crises econômicas. Isso está criando uma grande oportunidade para novos investimentos. Um exemplo disto é Bitcoin moeda virtual.
Profissões do Futuro
O que estudar: Conhecimento e experiência dos mercados financeiros, bem como as novas tecnologias, moedas e métodos de pagamento online.

3.  Químico de Alimentos

Um químico de alimentos é um profissional encarregado de desenvolver e melhorar o sabor e a textura dos alimentos. Esta profissão pode sofrer um inesperado crescimento graças às novas impressoras 3D que pode imprimir alimentos.Profissões do Futuro
O que estudar: Conhecimento e experiência em química e cozinha. É essencial para manter a par das últimas tendências tecnológicas e de culinária.

4. Engenheiro de Migração Animal

A evolução do homem tem a sua contrapartida, em muitos casos, a destruição de habitats naturais. Mover os animais dos seus habitats para novos espaços pode salvá-los e este é o trabalho de um engenheiro de Migração Animal. Ou seja, descobrir quais as espécies que migram e para onde, fazer uma “migração assistida”, um esforço que requer um estudo mais profundo do que fez Noé com sua arca.
O que estudar: Engenharia do conhecimento e da biologia. Fique atento a todas as tendências e desenvolvimentos no setor.

5. Terapeuta de Desintoxicação Tecnológica

As tecnologias são viciantes. Quando saímos para tomar uma bebida com os amigos, muitos deles permanecem agarrados a seus celulares em um mundo virtual. Infelizmente, essa tendência está em ascensão devido à evolução tecnológica. Isto pode levar, em casos extremos, a uma terapia de desintoxicação tecnológica. Ou seja, um especialista em libertar as pessoas viciadas em seus dispositivos tecnológicos e ensiná-los a usar a tecnologia de maneira controlada.
Profissões do Futuro
O que estudar: O conhecimento da psicologia e ser especialista em novas tecnologias. Deve-se estudar o impacto da tecnologia em seres humanos.

6. Profissional em Hackschooling

Esta figura é de um Professor Moderno que incentiva seus alunos a explorar e experimentar as possibilidades do mundo e tecnologias em vez de seguir os caminhos tradicionais de educação. Hoje já existem algumas iniciativas que vão por este caminho, mas previsivelmente, no futuro haverá muitas mais escolas e instituições que exigem este tipo de profissional uma vez que, como já vimos ao longo deste artigo, a incerteza sobre o futuro é cada vez maior e educação tradicional não atende às demandas da sociedade do futuro.
O que estudar: Conhecimento de ensino e acima de tudo, saber todas as tendências e tecnologias educacionais.

7 . Conselheiro de Produtividade

Com a quantidade de ferramentas e tecnologias disponíveis para nós e a ênfase na melhoria do desempenho e da produtividade, executivos provavelmente precisarão de conselheiros de produtividade. Sua função principal é a gestão do tempo e monitoramento da produtividade dos vários processos que são realizados, além de analisar novos aplicativos e ferramentas que podem aumentar a produtividade .
O que estudar: Especialista em produtividade e gestão do tempo. É essencial ter paixão por novas tecnologias, se adaptar facilmente a elas e ficar a par das tendências do setor.

8. Conselheiro de Privacidade

Um dos desafios da Internet e do mundo global em que vivemos é a privacidade do usuário. Este tópico está nas manchetes recentes devido à vigilância de comunicação virtual feita pelo Governo dos Estados Unidos e os esforços do Google para proteger a privacidade de seus usuários. No entanto, no futuro, pode ser necessário este tipo de profissional para descobrir e proteger as vulnerabilidades que um indivíduo, empresa ou marca possa sofrer na rede.
Profissões do Futuro
O que estudar: Conhecimento de programação de computadores e mais uma vez, manter a par de todos os avanços tecnológicos .

9. Médico de Fetos

Medicina Fetal é um campo que está passando por fase inicial e muitos avanços nos Estados Unidos. De acordo com Lori Howeel, diretor executivo do Hospital Infantil da Filadélfia, “Nós estamos tentando curar a doença antes de e bebê nascer, antes de danos irreversíveis para o feto.” Previsivelmente, este será um dos grandes avanços na medicina, para que os médicos que se especializem em Fetos essa será uma das mais promissoras profissões do futuro.
O que estudar: Estudar medicina e se especializar em fetos. Neste caso, pouco mais pode ser feito a não ser que você tem a habilidade para se dedicar e muita vontade de estudar o assunto e se especializar constantemente.

10. Curador Pessoal de Conteúdo

A quantidade de conteúdo na rede aumenta diariamente. Como escolher o que focar, se você mal tem tempo para navegar na net? A equipe de curadoria do conteúdo deve recomendar certos aplicativos, hardwares, softwares e informações nos interesses e preferências . Nossa expectativa é de que não vai demorar muito a aparecer no mercado de trabalho pessoas que ajudem outras pessoas e empresas nesse sentido.
O que estudar: Ler, ler, ler e escrever. Fique atento para blogs e novos aplicativos e tendências . Ter um blog de preferência e ser ativo em redes sociais é uma referência.
Profissões do Futuro
Deixamos-lhe um resumo do post usando nossos Mapas Mentais. Use-o para saber  o que estudar para as profissões do futuro!
Profissões do Futuro
Como vimos, o denominador comum dos requisitos para se preparar para estas profissões encontra-se em novas tecnologias e fique atento para todos os avanços. Educação tornou-se um processo dinâmico, que é essencial para continuamente reciclado e estudo. Então anime-se, o futuro está em suas mãos!
Bons Estudos!

Disciplina. A disciplina é uma conquista que necessita da aquisição de novos hábitos e do abandono de antigos. São necessárias milhares de horas de dedicação para ser um bom músico, um bom professor, um bom profissional.


Muitos de nossos projetos não se concretizam por absoluta falta de disciplina.
A disciplina é uma conquista que necessita da aquisição de novos hábitos e do abandono de antigos. 
São necessárias milhares de horas de dedicação para ser um bom músico, um bom professor, um bom profissional. 
Milhares de horas disciplinadas, porque, na ausência de disciplina, o tempo apenas passa, não é aproveitado.

A disciplina nos permite:
- evoluir em todas nossas competências,
- vencer barreiras e dificuldade aparentemente intransponíveis,
- compreender o valor das pequenas atitudes mantidas ao longo do tempo,
- ampliar nossas habilidades e conhecimentos,
- vencer a nós mesmos e nossas dificuldades físicas, mentais e espirituais.

Aplique disciplina a sua vida para que seus maiores valores possam vir à tona e você se torne um “mestre” nas coisas que realiza.
 A vida premia todo esforço disciplinado.

(Trecho do livro 51 Atitudes Essenciais para Vencer na Vida e na Carreira)

Simplifique. Não devemos confundir simplicidade com simplismo. Ao realizar seu trabalho, pergunte-se: Há outra forma de fazer isso que seja igualmente eficaz e muito mais simples?


A grande genialidade na vida consiste em transformar o que é complexo em algo simples.
Não devemos confundir simplicidade com simplismo.
Simplicidade é tornar as coisas acessíveis e descomplicadas sem perder o significado, os detalhes ou a profundidade.
Simplismo é a falta de cuidado e seriedade ao tratar qualquer aspecto. 
É uma aproximação pobre da realidade, perde os detalhes e a profundidade.

Ao realizar seu trabalho, pergunte-se: Há outra forma de fazer isso que seja igualmente eficaz e muito mais simples?

A vida não precisa ser complicada. Simplifique! Você fará mais e melhor, pois trabalhará mais inteligentemente.

Sempre é possível simplificar. 
Simplifique processos, tarefas, e-mails, relatórios e tudo o que estiver ao seu alcance. 
Enquanto outros reclamam das dificuldades e complexidades, seja sempre aquele que simplifica. 

Simplificar também é agregar valor!

Reflita e Enterneça.

REFLEXÃO: A diferença entre Fama e Sucesso. Muitas pessoas confundem fama com sucesso. Mas são coisas diferentes.


Muitas pessoas confundem fama com sucesso. 
Mas são coisas diferentes.

FAMA é reconhecimento público.

É um fenômeno de comunicação e marketing, frequentemente um fenômeno de massa.

SUCESSO é autorrealização. 

É aquilo que não pode ser retirado de você. É a essência realizada do ser humano.

Podemos ser um jardineiro de sucesso, um balconista de sucesso, um pai ou mãe de sucesso, um filho ou filha de sucesso.

Uma pessoa pode ter sucesso e não ser famosa, assim como pode ser famosa e não ter sucesso.

Reflita e Enterneça.


Nunca subestime os outros. Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou acreditarem que o tem, perdem a humildade e acham-se no direito de subestimar os outros.



Na primeira aula do Curso de Medicina, um famoso professor dirige-se ao aluno que trajava as roupas mais simples da classe, e pergunta:

- Quantos rins nós temos?
- Quatro! - responde o aluno.
- Quatro?! - replica o professor, com arrogância, sentindo prazer em tripudiar o erro do aluno.
- Sim, quatro! – confirma o aluno.
- Tragam um fardo de feno, pois temos um burro na sala! - diz o professor.
- Toda a classe cai na gargalhada.
- Mas são quatro mesmo, professor – reafirma o aluno.
O professor fica furioso e expulsa-o da sala.
O aluno levanta-se, dirige-se à porta da classe, mas antes de sair, diz:
- O senhor perguntou-me quantos rins “NÓS TEMOS...” Bem, “NÓS” temos quatro: dois meus e dois seus. “NÓS” é usado para expressar o plural.

Moral da História:
Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou acreditarem que o tem, perdem a humildade e acham-se no direito de subestimar os outros.


A vida exige muito mais sabedoria do que conhecimento.

Como sempre repito em minhas palestras: 
Ser humilde não é ser menos que alguém. 
É saber que não somos mais que ninguém.

Reflita e Enterneça.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Rosa e o Sapo. Irritada com a descoberta, ordenou ao sapo que fosse embora. O sapo, humildemente, disse: - Está bem, se é o que deseja.




Era uma vez uma rosa muito bonita, a mais linda do jardim. Mas começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe. Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo e por essa razão ninguém se aproximava.
Irritada com a descoberta, ordenou ao sapo que fosse embora.
O sapo, humildemente, disse:
- Está bem, se é o que deseja.
Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê-la acabada, sem folhas nem pétalas.
Penalizado, disse:
- Que coisa horrível, o que aconteceu com você?
A rosa respondeu:
- As formigas começaram a me atacar dia após dia, e agora nunca voltarei a ser bela como era antes.
O sapo respondeu:
- Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti. Por isso é que eras a rosa mais bonita do jardim.

Muitas pessoas desvalorizam os outros por acharem que são superiores, mais bonitas ou mais ricas. Deus não fez ninguém para "sobrar" neste mundo. Ninguém deve desvalorizar ninguém. Na escola da vida, todos têm algo a aprender ou a ensinar.

domingo, 17 de novembro de 2013

O dia que Einstein temia, chegou. É inegável que o avanço da tecnologia, ao passo que facilita, traz incontáveis benefícios à vida das pessoas ao redor do planeta. Mas será que ele só tem pontos positivos? Em agosto foi produzido um vídeo que confronta a interferência dos celulares em nosso cotidiano. Ele mostra que a interação humana está sendo escanteada pelos smartphones.


Perder um ônibus, ignorar uma reunião e sair mais tarde do trabalho para ficar com o celular simbolizam como nossa cultura atual é obcecada por smartphones.
Talvez ocasiões como estas sejam vistas por muitos como preocupante.


É inegável que o avanço da tecnologia, ao passo que facilita, traz incontáveis benefícios à vida das pessoas ao redor do planeta. Mas será que ele só tem pontos positivos?
Em agosto foi produzido um vídeo que confronta a interferência dos celulares em nosso cotidiano. Ele mostra que a interação humana está sendo escanteada pelos smartphones. Pode até parecer exagerada a forma de como o filme apresenta este fato, mas situações como as apresentadas se fazem cada vez mais presentes.
Em uma reunião com amigos, quantas vezes você olha para o celular? Uma bateria descarregada pode acabar com a sua noite?

A Tolerância. A vida nos ensina preciosas lições, todos os dias. Queremos compreender e ser compreendidos, mas isso nem sempre é tão fácil.


A vida nos ensina preciosas lições, todos os dias.
Queremos compreender e ser compreendidos, mas isso nem sempre é tão fácil.
Muitas vezes, a pessoa de cuja compreensão você mais precisa é justamente a que menos te compreende. E você? Compreende os outros?
Compreender as pessoas e suas dificuldades é fundamental para construirmos melhores relacionamentos.
Tolerar não significa aceitar passivamente tudo. Significa respeitar as diferenças, colocando nosso ponto de vista com humildade e serenidade.
A tolerância é o exercício do amor, da humildade, da paciência, da compreensão. É o caminho suave que permite conviver entre as diferenças. A tolerância aproxima as pessoas.
Exerça a tolerância, afinal, somos todos aprendizes na escola da vida.
Carlos Hilsdorf

Eles concluíram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mostraram um declínio gradativo na capacidade de manter um contato visual constante com os olhos de outras pessoas a partir da idade de dois meses, quando começaram a assistir vídeos de interações humanas. Autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, diz estudo. "Esses marcadores precoces são extremamente importantes para identificar brevemente os primeiros traços de autismo. Dessa forma, temos a capacidade de aprimorar o tratamento"

Fonte: UOL
 
Uma pesquisa conduzida por cientistas americanos sugere que o autismo, disfunção que afeta a capacidade de socialização do indivíduo, pode ser identificado em bebês com até dois meses de vida.

Os estudiosos analisaram o olhar das crianças, do nascimento até os três anos, em direção aos rostos de outras pessoas .

Eles descobriram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mantinham um contato visual reduzido –uma das marcas do transtorno– nos primeiros meses de vida.

A pesquisa, publicada na Nature, aumentou as esperanças de que o autismo seja tratado mais precocemente, afirmou um cientista britânico.

No estudo, pesquisadores liderados pela Escola de Medicina da Emory University em Atlanta, nos Estados Unidos, usaram uma tecnologia de rastreamento visual para medir a forma como os bebês olhavam e respondiam a estímulos sociais.

Eles concluíram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mostraram um declínio gradativo na capacidade de manter um contato visual constante com os olhos de outras pessoas a partir da idade de dois meses, quando começaram a assistir vídeos de interações humanas.

O coordenador da pesquisa, Warren Jones, disse à BBC News que foi a primeira vez que "foi possível detectar alguns sinais de autismo nos primeiros meses de vida".

"Estes são os primeiros sinais de autismo já observados".

Metodologia
O estudo acompanhou 59 crianças que tinham um alto risco de autismo por terem irmãos com a doença, e 51 crianças de baixo risco.

Jones e seu colega Ami Klin examinaram as crianças até completarem três anos, quando as crianças voltaram a ser formalmente avaliadas quanto à doença.

Treze das crianças (11 meninos e duas meninas) foram diagnosticadas com transtornos do espectro do autismo – uma série de distúrbios que inclui o autismo e síndrome de Asperger.

Os pesquisadores, então, voltaram a observar os dados de rastreamento ocular dos pacientes e fizeram uma descoberta surpreendente.

"Em crianças com autismo, o contato visual já está em declínio nos primeiros seis meses de vida", disse Jones.

Jones acrescentou, entretanto, que tal quadro só pode ser observado com tecnologia sofisticada e não seria visível para os pais.

Para Deborah Riby, do departamento de psicologia da Universidade de Durham, o estudo proporcionou uma análise sobre o tempo de atenção social, atípica em crianças que tendem a desenvolver autismo.

"Esses marcadores precoces são extremamente importantes para identificar brevemente os primeiros traços de autismo. Dessa forma, temos a capacidade de aprimorar o tratamento", disse Riby.
Mais pesquisas

Caroline Hattersley, diretora de informação, aconselhamento e apoio da National Autistic Society, baseada no Reino Unido, disse que a pesquisa foi "baseada em uma amostra muito pequena e precisa ser replicada em uma escala muito maior antes de podermos tirar quaisquer conclusões concretas".

"O autismo é um transtorno muito complexo", disse.

"Não há duas pessoas com autismo que são iguais, e por isso é necessária uma abordagem holística para o diagnóstico, que leve em conta todos os aspectos do comportamento de um indivíduo. Uma abordagem mais abrangente permite que todas as necessidades do pacientes sejam identificadas".

"É vital que todas as pessoas com autismo possam ter acesso a um diagnóstico, pois isso pode ser a chave para uma recuperação mais rápida", concluiu.

A pesquisa foi feita em parceria com o Marcus Autism Center e o Children's Healthcare of Atlanta.

o primeiro subgrupo apresentou maiores índices de dificuldade em lidar com situações de rejeição, bem como maiores índices de disfunção social e problemas emocionais severos “Essas descobertas aumentam a possibilidade de que algumas crianças com TDAH possam manifestar sintomas de autismo mesmo na absência de um transtorno pleno”. Crianças com TDAH podem apresentar traços autistas.

Fonte: RedePsi
 
Crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) exibem frequentemente traços autistas, o que pode ocasionar problemas mais graves de socialização. Pesquisa foi apresentada no 26º Congresso Europeu de Neuropsicofarmacologia.
 
Pesquisas anteriores demonstraram que crianças com o transtorno de espectro autista apresentam em muitos casos o TDAH – e este recente estudo agora pontua que a situação contrária também deve ser levada em consideração.
 
Estudos envolvendo gêmeos, histórico familiar e relação familiar apontaram que o TDAH e o transtorno de espectro autista dividem uma herança etiológica. “Essas descobertas aumentam a possibilidade de que algumas crianças com TDAH possam manifestar sintomas de autismo mesmo na absência de um transtorno pleno”, aponta o estudo.
 
A pesquisa, que envolveu 469 crianças (242 com o Transtorno e 227 sem tal diagnóstico, sendo que nenhuma foi diagnosticada com o transtorno de espectro autista), demonstrou que houve um número significantemente maior de indivíduos com TDAH que apresentaram traços autistas, quando comparados com crianças sem o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Além disso, o grupo com TDAH e traços autistas apresentou um maior déficit neurospsicológico, interpessoal e psicopatológico, assim como desregulação emocional.
 
Embora as diferenças entre os sintomas principais do TDAH entre o subgrupo “TDAH + traços autistas” e o subgrupo “somente TDAH” não foram significativas, o primeiro subgrupo apresentou maiores índices de dificuldade em lidar com situações de rejeição, bem como maiores índices de disfunção social e problemas emocionais severos – quando comparados ao subgrupo “somente TDAH” e o grupo controle.

Ela foi encaminhada para um psicólogo e, depois, mandaram para um psiquiatra, que disse que ela não tinha nada. ‘É mais cômodo dar remédio do que fazer terapia’, diz mãe. Acho que as crianças são nosso espelho. Será que a agitação deles não é culpa nossa?"

Fonte: Folha de São Paulo

Kátia Christina Fonseca da Silva, 38, ajudante de cozinha, desconfia sempre que dizem que uma criança tem deficit de atenção. Sua filha, Valentina, 11, recebeu esse diagnóstico de forma errada, segundo ela.

"Minha filha Valentina sempre deu problema. Com seis anos, a escola me chamou para conversar.

Ela tinha tido um surto. Jogou as coisas do armário da sala no chão, puxou o cabelo da professora, agrediu outras crianças. Entrei na sala de aula e comecei a chorar, não acreditava que ela tinha feito aquilo.

Ela foi encaminhada para um psicólogo e, depois, mandaram para um psiquiatra, que disse que ela não tinha nada.

Não fiquei satisfeita. Juntei dinheiro e paguei um psiquiatra particular, que disse que ela tinha TDAH (deficit de atenção) e precisava de remédio. Fiquei desesperada. A caminho da farmácia, encontrei uma amiga, que me convenceu a não comprar o remédio. Disse que o mesmo tinha acontecido com o filho dela.

Comecei a me perguntar se o problema não estava na minha família. Na época, eu estava me separando e trabalhava demais.

Passei a dar mais atenção para ela, a passar mais tempo junto e, devagar, as coisas começaram a melhorar.

Ela ainda dá trabalho, mas é o mesmo trabalho que toda criança. Ela tem o gênio forte. Acho que, quando era mais nova, queria chamar a atenção.

Depois de tudo, comecei a participar de reuniões na escola para conversar com os pais. Quando dizem que uma criança tem TDAH, penso, será que isso está certo?

É mais cômodo dar um remédio do que fazer uma terapia, mudar o comportamento.

Acho que as crianças são nosso espelho. Será que a agitação deles não é culpa nossa?"
 

Ele foi o primeiro a usar o termo "slow parenting". "Tudo começou quando a professora do meu filho disse que ele 'era um jovem artista talentoso'. Na hora, a visão de criar o novo Picasso passou pela minha cabeça","Elas têm dificuldades de serem independentes, ficam sob estresse e são menos criativas",Movimento prega a 'desaceleração' da rotina das crianças.

arte folha/Editoria de Arte/Folhapress. JULIANA VINES Folha de São Paulo.



A infância se transformou em uma corrida rumo à perfeição, e as crianças, em miniexecutivos com agenda cheia de atividades.
É o que argumentam os partidários do "slow parenting" (pais sem pressa), movimento que prega justamente o contrário: que as crianças tenham menos compromissos e mais tempo para fazer nada.

A ideia, que tomou corpo na Europa e EUA, ganha força aqui. Na semana passada, a primeira edição do "SlowKids", evento em prol da desaceleração da rotina das crianças, levou 1.500 pessoas ao parque da Água Branca, em São Paulo.

Na programação, atividades nada tecnológicas: oficina de jardinagem, brincadeiras antigas e piquenique. "As crianças precisam desligar os eletrônicos e interagir mais com os pais", diz Tatiana Weberman, uma das criadoras do projeto e diretora da agência Respire Cultura.

Segundo o jornalista britânico Carl Honoré, autor de "Sob Pressão", muitas crianças têm todos os momentos da vida agendados e monitorados.

"Elas têm dificuldades de serem independentes, ficam sob estresse e são menos criativas", disse Honoré à Folha.

Ele foi o primeiro a usar o termo "slow parenting". "Tudo começou quando a professora do meu filho disse que ele 'era um jovem artista talentoso'. Na hora, a visão de criar o novo Picasso passou pela minha cabeça", conta.

No mesmo dia, ele começou a procurar cursos de arte para o filho, que na época tinha sete anos, até que o menino disse: "Pai, não quero ter um professor, só quero desenhar. Por que os adultos querem sempre cuidar de tudo?".

O puxão de orelha fez com que ele voltasse atrás e começasse a pesquisar o superagendamento da infância. Segundo ele, tudo começa com a boa intenção dos pais. Mas a vontade de ser o pai perfeito transforma a educação em um jogo de tudo ou nada.

VIDA DE EXECUTIVO

Para a psicanalista Belinda Mandelbaum, professora do Instituto de Psicologia da USP, a educação de resultados antecipa o ensino de ferramentas para competir no mundo corporativo. "Vejo crianças aprendendo mandarim porque os pais acham ser importante para o futuro."

Quando o empresário Marcelo Cesana, 38, diz não ter pressa de que o filho Caio, 1, aprenda a falar, a ler e a escrever, questionam se ele não vai ter dificuldade para trabalhar. "Me acham bicho do mato, mas não quero antecipar as coisas", diz ele, que levou a família ao "SlowKids".

A gerente de supermercado Vanessa Sheila Dias, 36, também foi ao evento com a filha Anne, 8. O domingo no parque faz parte da ideia de reservar um dia para fazer nada. "A rotina da semana é maluca, passo a ansiedade para a Anne", diz ela, que já se pegou pedindo que a filha comesse um lanche de fast food mais rápido.

Anne não faz atividades extraescolares. Já os filhos da psicóloga Patrícia Paione Grinfeld, 41, fazem natação, mas só aos sábados.

"Outros pais me perguntam: 'Eles não fazem nada durante a semana?' Como se fosse algo errado!", conta Patrícia. "Quero que crianças venham brincar com meus filhos, mas todas são ocupadas, tem que marcar antes."




As atividades extras não garantem que a criança vá aprender mais, diz Mandelbaum. "Muitas vezes, elas só aprendem a se adaptar a esse ritmo louco."

O primeiro efeito da correria é a ansiedade, diz a neuropsicóloga Adriana Fóz, coordenadora do projeto Cuca Legal, da Unifesp. "A criança fica frustrada pelo excesso de atividades e pela falta [quando se acostuma à agenda cheia]. Fica entediada com mais facilidade."

Não que toda atividade extra deva ser evitada, mas é preciso respeitar o tempo da criança. "Até os cinco anos os estímulos têm que ser mais naturais", afirma Fóz.

De seis a 12 anos, é hora de aprender de forma mais sistematizada, diz ela. Aí é preciso conciliar o que os pais consideram ser importante com o desejo e as habilidades da criança, cuidando para que ela tenha tempo livre.

"O ócio estimula a criatividade e a curiosidade por temas e experiências diversas", afirma a educadora e antropóloga Adriana Friedmann.

Eu não sou tão forte quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia.


Eu não sou tão forte 
quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia. 
Não tenho o passo rápido como eu gostaria, nem paraliso como poderia.
Aprendi a me equilibrar nos extremos.
Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, me posiciono de acordo com os fatos.
No final, o que me move não é Forte o suficiente pra me derrubar, mas é Intenso o bastante pra me Fazer ir além.


Fernanda Gaona

sábado, 16 de novembro de 2013

O exito está na arte de se reinventar.


Admiro as pessoas que sabem se reinventar.

 Que deixam um local confortável e arriscam. 

Sabem seguir o intelecto e os sentimentos ou redirecionar um ou outro. 

Podem sofrer, se sentir inseguros, mas superam tudo e acreditam no que têm a oferecer. GT


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Uma Criatura. Gosta do colibri, como gosta do verme, E cinge ao coração o belo e o monstruoso.


Sei de uma criatura antiga e formidável,
Que a si mesma devora os membros e as entranhas,
Com a sofreguidão da fome insaciável.
Habita juntamente os vales e as montanhas;
E no mar, que se rasga, à maneira do abismo,
Espreguiça-se toda em convulsões estranhas.
Traz impresso na fronte o obscuro despotismo;
Cada olhar que despede, acerbo e mavioso,
Parece uma expansão de amor e egoísmo.
Friamente contempla o desespero e o gozo,
Gosta do colibri, como gosta do verme,
E cinge ao coração o belo e o monstruoso.
Para ela o chacal é, como a rola, inerme;
E caminha na terra imperturbável, como
Pelo vasto arealum vasto paquiderme.
Na árvore que rebenta o seu primeiro gomo
Vem a folha, que lento e lento se desdobra,
Depois a flor, depois o suspirado pomo.
Pois essa criatura está em toda a obra:
Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto,
E é nesse destruir que as suas forças dobra.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida;
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a morte; eu direi que é a vida.


Machado de Assis

Círculo Vicioso. Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume: - Quem me dera que fosse aquela loura estrela, que arde no eterno azul, como uma eterna vela !


Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

- Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:

- Pesa-me esta brilhante aureola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?



Machado de Assis

A solidão amiga. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão... Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão.


A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.

Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se comporta a Sua Solidão?" Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.

Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.

Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim: "Por muito tempo achei que a ausência é falta./ E lastimava, ignorante, a falta./ Hoje não a lastimo./ Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./ E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/ que rio e danço e invento exclamações alegres,/ porque a ausência, essa ausência assimilada,/ ninguém a rouba mais de mim.!"

Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:

"Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz - ela me fala com ternura e felicidade!

Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas.

Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes.

Ali as palavras e os tempos/poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar."

E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa - garrafa, prato, facão - era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."

Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: "As obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta.

E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:

"...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília..."

Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.

O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...

A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.


Rubem Alves