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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Plantando árvores no Quenia. — Verão que nossa vida será melhor quando voltarmos de novo a ter árvores. Estamos a lançar à terra sementes de esperança. — Verão que nossa vida será melhor quando voltarmos de novo a ter árvores. Estamos a lançar à terra sementes de esperança.



Wangari vive sob as árvores, à sombra do Monte Quênia, na África. Ouve o cantar dos pássaros na floresta, sempre que vai com a mãe buscar lenha para cozinhar, e ajuda-a apanhar as batatas-doces, a cana-de-açúcar e o milho da terra fértil.

Wangari é boa aluna e, quando cresce, alta como as árvores do bosque, ganha uma bolsa para estudar nos Estados Unidos. Seis anos depois, acabado o curso, regressa a casa, no Quênia, e vê que, entretanto, muita coisa mudara.

“O que aconteceu?”, interroga-se. “Onde estão as árvores?” Wangari vê as mulheres curvadas sob o peso da lenha que tiveram de ir buscar a quilómetros e quilómetros de casa. Vê a terra despida, em que nada cresce.

“Onde estão os pássaros?” Milhares de árvores foram cortadas para construir edifícios, mas ninguém plantara novas árvores em substituição. “O Quênia inteiro irá converter-se num deserto?”, pergunta-se. Wangari pensa na terra seca. “Posso começar por semear algumas árvores aqui no meu quintal, uma a uma”.

Começa com nove. Ao ver os pequenos caules ganhar raízes, Wangari enche-se de ânimo para continuar a plantar e inicia um viveiro. Num descampado, Wangari planta pequenas árvores, fiada atrás de fiada. Em seguida, convence as mulheres das aldeias de que plantar árvores é algo de bom. Dá uma pequena árvore a cada uma.

— Verão que nossa vida será melhor quando voltarmos de novo a ter árvores. Estamos a lançar à terra sementes de esperança.

— Verão que nossa vida será melhor quando voltarmos de novo a ter árvores. Estamos a lançar à terra sementes de esperança.


— As mulheres não são capazes de fazê-lo — dizem eles. — Só os serviços florestais é que sabem plantar árvores.
 
As mulheres ignoram a troça e continuam a plantar.

Wangari paga-lhes uma pequena quantia por cada planta que tenha pegado ao fim de três meses depois da plantação. É a primeira vez na vida que ganham dinheiro.

A palavra corre como o murmúrio do vento entre a ramagem: o verde voltou à aldeia de Wangari. Depressa as mulheres de outras cidades, aldeias e povoados do Quênia começam também a plantar longas fiadas de pequenas árvores. Porém, o abate não para. Wangari opõe-se, firme como um carvalho, a fim de proteger as velhas árvores que ainda restam.

— Precisamos mais de um parque verde do que de um prédio de escritórios.

Mas os funcionários do governo não estão de acordo. Wangari impede-lhes a passagem. É presa e metida na cadeia, sob a acusação de ser uma agitadora. Mantém-se firme. “O que é correto é correto, mesmo que se fique só”. Mas Wangari não está só.

O seu apelo a favor das árvores espalha-se por toda a África, como as ondas na água do lago Vitória. Muitas mulheres inteiram-se da notícia e plantam ainda mais árvores, em fiadas cada vez mais longas. Os caules ganham raízes e crescem bem alto, a ponto de haver mais de trinta milhões de árvores onde antes não havia nenhuma.

A floresta verde do Quênia renasce. As mulheres já caminham de cabeça erguida e costas direitas, agora que podem apanhar lenha perto de casa. A terra já não está seca. Batata-doce, cana-de-açúcar e milho crescem de novo na terra escura e fértil.

No mundo inteiro ouve-se falar das árvores de Wangari e do seu exército de mulheres plantadoras. E quem subir ao cume do Monte Quênia verá milhões de árvores a crescer lá em baixo, o verde que Wangari fez renascer em África.



Autora: Jeanette Winter (Clube das Histórias)

Um comentário:

  1. Texto excelente. Divulgar a ação incrível de Wangari é fundamental para desenvolver a consciência ecológica. Todo dia podemos desenvolver uma ação em prol do ambiente.Nem tudo está perdido.

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