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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Contador de Histórias: Uma Arte Imortal/ Conte Mais nas escolas


Nos últimos anos, a arte de contar histórias vem sendo retomada não apenas por terapeutas e educadores, mas por pessoas de todas as formações, de várias camadas da sociedade, que se reúnem para partilhar sabedoria, afeto e energia através das narrativas. Para fazê-lo, não há regras: o melhor é usar o coração e a intuição, além da experiência que só se adquire através do tempo. No entanto, uma discussão acerca do que significa contar histórias e do que é necessário para isso pode nos levar a alguns pontos interessantes.
Em primeiro lugar, é preciso saber que contar histórias é uma arte popular. Uma aproximação excessivamente acadêmica e/ou sofisticada pode esvaziar o conteúdo emocional da narrativa, deixando o público pouco à vontade. Da mesma forma, deve-se ter em mente que, embora o ato de contar histórias possa se inserir numa proposta terapêutica ou num projeto pedagógico, não se pode agir de forma mecânica, apenas para cumprir um dever ou para ensinar o que quer que seja, de regras gramaticais a valores doutrinários. As histórias devem ser contadas por e com prazer. Se não, nem vale a pena começar.
O background cultural do narrador e a sua familiaridade com as histórias também são importantes. Ao narrar um conto maravilhoso, por exemplo, é muito mais importante conhecer e ser capaz de visualizar o cenário em que ele se desenvolve do que saber as palavras exatas. Saber de onde vem a versão que se está narrando é bom, mas melhor ainda é saber trabalhar, criativamente, com os elementos fornecidos pela narrativa, e ser capaz de levar o público a se identificar e se interessar por ela.
A escolha do repertório é fundamental para um contador de histórias. Segundo SAWYER, mesmo os contadores mais experientes encontram dificuldades com alguns textos e mais facilidade com outros, sugerindo que se trabalhe com três tipos básicos de material: literatura popular (onde se incluem os contos de fadas), contos literários e trechos de livros (SAWYER, 1990, p. 153). Para ela, a literatura popular é a mais fácil de trabalhar, pois tem uma linguagem universal e uma estrutura narrativa simples. A opinião é partilhada por RIBEIRO, segundo o qual “por mais que os requintes e lançamentos literários sofram um constante aperfeiçoamento (...) a literatura infanto-juvenil continuará tendo a sua faceta mais atraente na literatura de tradição oral e mais propriamente nos contos de fadas (RIBEIRO, 2002, p. 14-15). Mesmo para um público de adultos (ou misto) essas histórias jamais perdem o seu encanto, sendo no entanto aconselhável que o narrador a estude previamente, conhecendo-a bem, a fim de ser capaz de transmitir todas as nuances contidas em cada trecho e em cada elemento da narrativa.
A propósito desse assunto, é preciso esclarecer que existem diferenças entre contar, ler e representar histórias, embora todas elas envolvam uma preparação e uma performance mais ou menos elaborada. A forma como se vai trabalhar depende de nossos gostos, de nosso estilo, de nosso objetivo... e, antes de tudo, de nossa sensibilidade. De qualquer forma, o narrador se beneficiará do domínio de algumas técnicas de voz e expressão corporal, bem como – mais uma vez – do conhecimento profundo da história e dos personagens. A sutileza é sempre preferível ao exagero. Como diz BUSATTO, “o Lobo Mau não precisa falar grosso para demonstrar sua ferocidade (...). O que podemos carregar do teatro é justamente a intenção que carrega um ritmo preciso” (BUSATTO, 2003, p. 76).
A partir daí tudo se torna uma questão de tempo, de paciência, de experimentação e, por que não dizer, de ousadia por parte do narrador, que irá acertar e errar muitas vezes ao longo de sua trajetória. No entanto, se for essa a sua vocação, ele irá persistir... uma vez que, para o verdadeiro contador de histórias, o ato de narrar é parte inseparável da vida.
Contar histórias não é um ato apenas intelectual, mas espiritual e afetivo. Por isso, as melhores histórias são as que contamos espontaneamente, a partir do que carregamos em nossa bagagem de cultura e de experiência de vida. Independente de qualquer sentido, contar histórias pressupõe antes de tudo a vontade de falar do que se sabe, de doar sabedoria e conhecimento, de passar adiante aquilo que se aprendeu. Mais simplesmente ainda: contar histórias é aumentar o círculo. E, mesmo na falta de uma fogueira ou das lareiras de nossas avós, podemos fazê-lo aqui e agora, partilhando nossas histórias, lançando fios invisíveis que nos unem numa só rede.

LEITURAS SUGERIDAS
BUSATTO, Cléo. Contar e encantar. Petrópolis: Vozes, 2003.
FITZPATRICK, Jean Grasso. Era uma vez uma família. Rio de Janeiro : Objetiva, 1998.
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro : Objetiva, 2002.
RIBEIRO, Jonas. Ouvidos dourados. São Paulo : Ave-Maria, 2002.
SAWYER, Ruth. The Way of the storyteller. New York : Penguin Books, 1990.
SIMPKINSON, Charles e Anna (org.). Histórias sagradas. Rio de Janeiro : Rocco, 2002

Ana Lúcia Merege
E-mail: anamerege@ig.com.br

Libras - O Mundo Mágico das Libras


Libras





Espanhóis criam computador que interpreta língua de sinais



Pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri, Espanha, desenvolveram o primeiro computador que interpreta a língua de sinais utilizada por pessoas com deficiência auditiva.
A nova tecnologia poderá diminuir as dificuldades de comunicação em situações do dia-a-dia. Um exemplo é no atendimento para renovar a carteira de identidade. A máquina é capaz de traduzir as orientações do funcionário.
O processo de tradução ocorre em três fases: o computador reconhece a voz do funcionário ao obter a sequência de palavras pronunciadas, traduz a sequência de palavras e, por fim, reproduz os sinais para pessoa com deficiência auditiva.





A Reencarnação Espírita



Renascer para progredir
A encarnação, ou seja, a ligação temporária da individualidade espiritual a um corpo material é uma disposição estabelecida pela Sabedoria Divina com vistas à nossa felicidade.
Com a Doutrina Espírita passamos a dispor de informações mais detalhadas sobre a vida após a morte, aprendendo, então, que os espíritos se aproximam, sobretudo em função de sua afinidade, isto é, da semelhança de seus hábitos e objetivos, formando grupamentos relativamente homogêneos. As obras espíritas descrevem algumas dessas comunidades, cujas características, até certo ponto análogas às que observamos na vida terrena, permitem entendermos como transcorre ali a existência. Esclarecem os benfeitores espirituais que o que se passa em níveis mais elevados escapa ainda à nossa compreensão pela total falta de analogia entre nossas experiências como encarnados e o que ocorre em tais ambientes. Considerando os benefícios e a proteção de que desfrutam os integrantes de comunidades espirituais que, embora distantes da perfeição, já se voltam para o bem, surge naturalmente à pergunta: não seria melhor permanecer nessa condição? Progredir na espiritualidade, sem a exposição aos riscos e dificuldades da vida material? Dirigindo essa indagação aos orientadores que ditaram “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec obteve deles a seguinte resposta, simples e incisiva: “Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus”. Não é difícil entendermos o significado das expressões estacionar-se-ia e caminhar para Deus, à luz do conhecimento espírita. Num ambiente como o acima referido realmente minimizam-se os conflitos e potencializam-se as iniciativas para o bem, mas o progresso exige que se possa conviver fraterna e proveitosamente com quaisquer pessoas tanto as que estagiam ainda em nível inferior, que precisamos compreender e ajudar, na medida do possível (ao invés de criticá-las e condená-las), quanto as que se adiantam muito a nós em termos de conhecimento e bondade, cujas tarefas precisamos apoiar ao invés de sobrecarregá-las com pedidos de ajuda e orientação sobre questões menores cujo encaminhamento é de nossa exclusiva responsabilidade. A reencarnação proporciona essa aprendizagem, pois desfaz de forma natural a homogeneidade que vencíamos na espiritualidade, possibilitando a convivência com os tipos mais variados, privando-nos, ainda, temporariamente, da lembrança de nosso passado, evitando assim os constrangimentos decorrentes de erros cometidos, troca de posição social ou encontro com desafetos.
As obras doutrinárias, referindo-se a entidades de nossa, condição, são unânimes em frisar sua intenção de retornar à luta material a fim de saldar débitos para com indivíduos ou coletividades, para ajudar determinadas pessoas, para superar tendências negativas, numa palavra: progredir.
Renascer na terra, mesmo em condições difíceis, constitui benção d inestimável valor graças à qual superamos progressivamente o egoísmo e a ignorância das Leis Divinas que ainda nos caracterizam, conscientizando-nos, pouco a pouco, de nossa condição de espíritos imortais, herdeiros da Luz Divina.
D.VILLELA “O Livro dos Espíritos”. (175 a)
CREDJ 10 REGIAO VII CONJER 23/24 OUTUBRO 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Escola dos meus Sonhos


A Escola dos meus Sonhos

Na escola dos meus sonhos, os alunos aprendem a cozinhar, costurar, consertar eletrodomésticos, a fazer pequenos reparos de eletricidade e de instalações hidráulicas, a conhecer mecânica de automóvel e de geladeira e algo de construção civil. Trabalham em horta, marcenaria e oficinas de escultura, desenho, pintura e música. Cantam no coro e tocam na orquestra. Uma semana ao ano integram-se, na cidade, ao trabalho de lixeiros, enfermeiras, carteiros, guardas de trânsito, policiais, repórteres, feirantes e cozinheiros profissionais. Assim aprendem como a cidade se articula por baixo, mergulhando em suas conexões que, à superfície, nos asseguram limpeza urbana, socorro de saúde, segurança, informação e alimentação.
Não há temas tabus. Todas as situações-limite da vida são tratadas com abertura e profundidade: dor, perda, falência, parto, morte, enfermidade, sexualidade e espiritualidade. Ali os alunos aprendem o texto dentro do contexto: a Matemática busca exemplos na corrupção dos precatórios e nos leilões das privatizações; o Português, na fala dos apresentadores de TV e nos textos de jornais; a Geografia, nos suplementos de turismo e nos conflitos internacionais; a Física, nas corridas de Fórmula-1 e nas pesquisas do supertelescópio Huble; a Química, na qualidade dos cosméticos e na culinária; a História, na violência de policiais contra cidadãos, para mostrar os
antecedentes na relação colonizadores - índios, senhores - escravos, Exército - Canudos, etc.
Na escola dos meus sonhos, a interdisciplinaridade permite que os professores de Biologia e de Educação Física se complementem; a multidisciplinaridade faz com que a História do livro seja estudada a partir da análise de textos bíblicos; a transdisciplinaridade introduz aulas de meditação e dança e associa a história da arte à história das ideologias e das expressões litúrgicas. Se a escola for laica, o ensino religioso é plural: o rabino fala do judaísmo, o pai-de-santo, do candomblé; o padre, do catolicismo; o médium, do espiritismo; o pastor, do protestantismo; o guru, do budismo, etc. Se for católica, há periódicos retiros espirituais e adequação do currículo ao calendário litúrgico da Igreja. Na escola dos meus sonhos, os professores são obrigados a fazer periódicos treinamentos e cursos de capacitação e só são admitidos se, além da competência, comungam os princípios fundamentais da proposta pedagógica e didática. Porque é uma escola com ideologia, visão de mundo e perfil definido do que sejam democracia e cidadania. Essa escola não forma consumidores, mas cidadãos.
Ela não briga com a TV, mas leva-a para a sala de aula: são exibidos vídeos de anúncios e programas e, em seguida, analisados criticamente. A publicidade do iogurte é debatida; o produto adquirido; sua química, analisada e comparada com a fórmula declarada pelo fabricante; as incompatibilidades denunciadas, bem como os fatores porventura nocivos à saúde. O programa de auditório de domingo é destrinchado: a proposta de vida subjacente, a visão de felicidade, a relação animador-platéia, os tabus e preconceitos reforçados, etc. Em suma, não se fecham os olhos à realidade, muda-se a ótica de encará-la. Há uma integração entre escola, família e sociedade. A Política, com P maiúsculo, é disciplina obrigatória. As eleições para o grêmio ou diretório estudantil são levadas a sério e, um mês por ano, setores não vitais da instituição são administrados pelos próprios alunos. Os políticos e candidatos são convidados para debates e seus discursos analisados e comparados às suas práticas.
Não há provas baseadas no prodígio da memória nem na sorte da múltipla escolha. Como fazia meu velho mestre Geraldo França de Lima, professor de História (hoje romancista e membro da Academia Brasileira de Letras), no dia da prova sobre a Independência do Brasil, os alunos traziam para a classe a bibliografia pertinente e, dadas as questões, consultavam os textos, aprendendo a pesquisar. Não há coincidência entre o calendário gregoriano e o curricular. João pode cursar a 5ª série em seis meses ou em seis anos, dependendo de sua disponibilidade, aptidão e seus recursos. É mais importante educar do que instruir; formar pessoas que profissionais; ensinar a mudar o mundo que ascender à elite. Dentro de uma concepção holística, ali a ecologia vai do meio ambiente aos cuidados com nossa unidade corpo-espírito e o enfoque curricular estabelece conexões com o noticiário da mídia.
Na escola dos meus sonhos, os professores são bem pagos e não precisam pular de colégio em colégio para se poderem manter. Pois é a escola de uma sociedade em que educação não é privilégio, mas direito universal, e o acesso a ela, dever obrigatório.

Frei Betto é escritor, é co-autor , com Paulo Freire, de Essa Escola Chamada Vida (Ática), entre outros livros.

Os Dias Graves do Senhor


Os Dias Graves do Senhor
Bezerra de Menezes
Estes são os dias, os dias graves do Senhor!
É necessário que as criaturas humanas abramo-nos ao Evangelho Restaurado e nos permitamos ser instrumentos do Condutor de Vidas, para que possamos aplainar os caminhos que a Sua Misericórdia vem percorrer.
Espíritas!
Assumistes um compromisso antes do berço. Firmastes no Além um documento de responsabilidade para proclamar o Reino de Deus na Terra no momento das grandes aflições.
Pedistes o testemunho e o sofrimento para respaldarem a qualidade da vossa tarefa.
Não recalcitres, pois, ante o espinho do testemunho.
Permanecei solidários para que não experimenteis solidão.
Canta um hino de louvor e de bem-aventuranças, para que as vossas não sejam as lágrimas do remorso, ao contrário, sejam as da gratidão.
Não postergueis o momento da renovação interior.
Se colheis, por enquanto, os cardos e se sorveis a taça da amargura que preparastes antes, semeai a paz, alegria e amor para a colheita do futuro.
O Espiritismo é Jesus voltando de braços abertos e trazendo no Seu séquito os corações afetuosos que vos anteciparam na viagem de volta ao Grande Lar, e que, numa canção de júbilo, agradecem a Deus a honra de participarem da Era Nova do Espírito imortal.
Tornai-vos sábios na simplicidade, na cordura, na gentileza e ricos na compaixão.
O amor cobre a multidão dos pecados e a compaixão coroa o amor de ternura.
Começando por agora, aqui, o trabalho de lapidação do caráter para melhor, conseguireis, como estamos tentando conseguir, a palma da vitória.
Nada que vos atemorize. Que mal podem fazer aqueles que caluniam, que mentem, que perseguem, se tudo quanto fizerem perde o seu sentido no túmulo? Jornaleiros da imortalidade, avançai cantando Jesus para os ouvidos mocos do mundo, e apresentando-O para os que se ocultaram nas furnas da loucura, das sensações e do despautério.
Hoje é o momento sublime de construir e, em breve, o momento de ser feliz.
Muita paz, meus filhos, com todo o carinho, o servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final da conferência pública, realizada no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 26 de agosto de 2010.